Olá a todos..
Pesquisei bastante sobre o sistema elétrico que devo usar e, como a grande maioria aqui busquei dados em projetos de outros amigos aquaristas com instalações bem "desenvolvidas".
No entanto, cansei de ver diversas fotos de sistemas elétricos com inúmeros timers digitais e disjuntores desnecessários. Aparentemente essas instalações elétricas dos aquários são bem profissionais, alguns podem até ser, devido a ilusória segurança que uma dúzia de disjuntores proporcionam a quem não entende muito ou não entende nada de elétrica.
Já vi aquários usando 8 disjuntores desses de uso residencial em quadros de instalação para embutir em paredes, usados na distribuição elétrica de uma casa inteira, apenas em um aquário não tão grande.
Depois de ler bastante sobre injeção de CO2 e iluminação entendi que boa parte dos aquaristas programam o acionamento da válvula solenóide juntamente com o sistema de iluminação do aquário, isto porque, as plantas só fazem fotossíntese com o consumo de luz. A regra é simples: sem luz; sem fotossíntese. Então não adianta investir pesado em substratos de alta performace e cilindros de CO2 se não houver iluminação adequada. O período em que a fotossíntese ocorre é chamado de fotoperíodo e, em sistemas artificiais como os aquários, nós que determinamos o horário.
O fotoperíodo deve ser em média entre 10 a 12 horas, ultrapassando esse tempo as plantas podem até tirar algum proveito, mas as algas também, ou seja, não é aconselhável. E, é nesse período que se injeta CO2 (não necessariamente pelo fotoperíodo completo e, sim entre o período de iluminação).
Enfim, acabo me perguntando sobre a necessidade de colocar um timer para Lâmpadas, outro para a solenóide, outro para filtros UV e, assim vai..
Se o fotoperíodo é o momento para todos esses equipamentos, basta um timer aos que ligam tudo ao mesmo tempo. Com excessão aos mais preciosistas que determinam horas diferentes para ligar filtro UV, injeção de Co2 e iluminação (o que ao meu ver é desnecessário; a não ser por motivos diferentes a esses..)
Bom quem pode gastar com diversos timers não prejudica em nada o sistema, apenas é desnecessário na maioria dos casos.
Porém, quando o assunto são disjuntores o conceito muda!
A grande maioria usa disjuntores unipolares de 10A (por ser o de amperagem mais baixa a ser encontrado facilmente) e os utiliza como interruptores para o acionamento de Iluminação, injeção de Co2, filtros, bombas, refrigeração, etc.. E aí está o motivo de tantos disjuntores. Ao meu ver falta conhecimento da função de disjuntores:
FonteUm disjuntor é um dispositivo eletromecânico, que funciona como um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação elétrica contra possíveis danos causados por curto-circuitos e sobrecargas elétricas
Ou seja, a função é de proteção da rede elétrica e não de interruptor manual. Nada adianta usar 10 disjuntores, um para cada função do aquário se não vão proteger em nada as lâmpadas, reatores, válvulas solenóides, timers, bombas, etc.
Deve-se totalizar o consumo de cada aparelho e determinar sua amperagem e, aí sim escolher o(s) disjuntor(es).
Exemplificando:
Um aquário que use iluminação de 6 lâmpadas fluorescentes de 40w ligadas em 110v necessita de um disjuntor de quantos amperes?
É simples saber a amperagem usada, basta dividir a potência total (w) pela voltagem (v).
São 6 lâmpadas X 40w (potência de cada uma) = 240W
Dividindo pela voltagem do exemplo (110v) = 2,18A
Enfim, do que adianta ligar essas lâmpadas em um disjuntor de 10A se a amperagem usada é de apenas 2,18A? Havendo qualquer problema o disjuntor não irá desarmar e o equipamento poderá ser danificado por completo. A regra para o cálculo é a Lei de Ohm.
Dificilmente um aquário terá muitos disjuntores, pois ao calcular a Amperagem total deve-se adicionar ao resultado 20% a 30% para descobrir o disjuntor a ser usado. Isto porque, a amperagem total não pode ser igual a do disjuntor, ou poderá haver desarmes frequentes pelo simples aquecimento oriundo do uso normal. E também, não poderá ser muito inferior ao disjuntor, ou não desarmará em caso de curto ou instabilidade na rede. Dessa forma, a margem de 20-30% é o cálculo mais usado visando a segurança da rede ligada ao disjuntor.
Em minha nova montagem calculei a potência e a amperagem (na voltagem de 110v) de cada equipamento que vou usar e, para ilustrar mais o que tentei explicar segue a tabela dos itens com os respectivos dados:
Usarei 12 interruptores (não disjuntores!) para ter total controle sobre o acionamento e desligamento de todos os equipamentos usados no projeto.
E, como a amperagem total é de 13,606A vou adicionar 20% e determinar o Disjuntor Unipolar Curva B 16A para meu sistema. (custa em torno de 5 a 7 reais um de uma marca de qualidade!)
Usarei 2 timers, pois havendo falta de energia as Bombas continuarão a funcionar, juntamente com a válvula solenóide e apenas 2 lâmpadas (devido ao consumo). Esse sistema para queda de energia é ligado a um nobreak acoplado a uma Bateria Automotiva de 60A 12v para maior autonomia. (como não é frequente os períodos de falta de luz, não há problema manter o Co2 mesmo com pouca iluminação, pois é por curto período)
Espero ter conseguido ajudar ao menos alguém, pois de tanto que já aprendi no fórum me senti na obrigação de ao menos tentar contribuir com algo, mesmo que com pouco.
Abraços!