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Olá pessoal,

Um ingrediente interessante a ser sugerido como possível integrante de nossas receitas caseiras, oferecidas aos Ciclídeos Africanos, viria a ser o alho; abaixo, inseri breves comentários em sentido exemplificativo do porquê...

DESCRIÇÃO:

O “Allium sattivum”, como nomeado é cientificamente, corresponde a uma planta da família das Liliáceas, pertencente ao mesmo grupo botânico do alho-poró, da cebola e da cebolinha; cresce cerca de 20 a 80 centímetros de altura; é possuidor de flores avermelhadas ou esbranquiçadas, cuja raiz apresenta um bulbo, sendo esse composto por bulbilhos, gomos ou “dentes”.

HISTÓRICO:

Originário da Ásia Central, o alho – contemporaneamente – possui sua cultura difundida pelo mundo.

Associar o alho à medicina é circunstância que provém de tempos longínquos, demonstrada, por exemplo, entre antepassados povos hindus, gregos e egípcios. Não era tal planta, por eles, considerada somente como um ingrediente integrante da dieta alimentar, mas também como um “componente” medicinal eficaz e versátil, utilizado por curandeiros em luta a uma série de doenças.

Consta que há 3 mil anos antes de Cristo o alho empregado era no combate a inúmeras doenças epidêmicas, bem como parasitárias.

É de conhecimento, também, que escravos dedicados à construção das pirâmides egípcias atribuíam ao alho sua energia e força. Segundo relatos, a primeira greve da História aos mesmos tece referência, diante de suas resistências ao cumprimento de atividades enquanto ausente mantivesse-se o recebimento de alho – faltoso no mercado comercial da época – em suas porções alimentares diárias.

A “Rosa de mau cheiro” ou a “Rosa que cheira mal”, como conhecido era entre os gregos antigos, é remédio muito utilizado em terapias com ervas.

As propriedades anti-sépticas do alho – demonstradas no século XIX, por Louis Pasteur – foram utilizadas na Primeira e Segunda Guerras Mundiais pelos exércitos alemães, ingleses e russos.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA:

Mais de 200 substâncias já foram descobertas como componentes integrantes do alho, dentre as quais, comento, exemplificativamente, as seguintes:

Enzimas; flavonóides; adenosina; pectina; saponinas; compostos fenólicos; mucilagens; carboidratos; ajoeno; proteínas; ácidos graxos; vitaminas A, B1, B2, B5, B6, B8, C, D, E; ácido salicílico; enxofre; zinco, fósforo, cálcio, ferro, magnésio, sódio, selênio, cobre, germânio...

Para que tenhamos idéia de algumas de suas proporções, água, hidratos de carbono (carboidratos), sais, proteínas e lipídios fazem parte de sua composição em percentagens de 66,57; 26,31; 0,30; 6,76 e 0,06, respectivamente. E mais, 100 gramas de alho fornecem 135 calorias.

APRESENTAÇÃO:

No mercado comercial atual, encontramos alho sob diversas formas: Natural, em pó (cápsulas), em pasta, líquido...

UTILIDADES:

O alho considerado é como uma espécie de antimicrobiano, desinfetante, anti-séptico natural – todavia, seu proveito no tratamento de infecções ainda não foi totalmente avaliado, vindo a ser – por cientistas – estudado de forma mais intensa nos últimos anos.

Tendo como um de seus benefícios a competência de um antiinflamatório, o alho utilizado é, também, em casos de artrite, reumatismo...

Aliás, o rol de enfermidades com o qual tal planta tem sido associada, no que se refere a tratamento, é bastante extenso, desde dores de dente, a casos de cólera, enfermidades do fígado, sífilis, tifo, malária, difteria, intoxicação por nicotina e outras...

A grande maioria dos clínicos concorda que o alho tem seu potencial mais aproveitado quando consumido cru, em prol do cozimento e da desidratação, havendo, inclusive, quem acredite que, se cozido, a porção consumida deve vir a ser multiplicada por nove; contudo, uma quantidade específica de alho a ser ingerida, a fim de que obtenhamos benefícios à saúde, ainda não foi cientificamente determinada.

Uma boa sugestão de ingestão é sua adição moída e crua.

Quando o objetivo for cozinhá-lo, primeiramente pique-o, aguarde 15 minutos, e posteriormente apenas cozinhe-o ligeiramente... Tal “receita” tende a ser recomendada a fim de que busquemos garantir maior preservação de suas qualidades em geral.

Dermatoses como sarnas, acnes, calos, verrugas, manchas, tinhas; picadas de insetos e animais venenosos muito são combatidas por meio do uso externo de alho.

Tem-se conhecimento que o extrato de alho é muito utilizado no combate ao vírus do herpes; no aumento da ativação das células T; no aumento com respeito à imunidade em geral, inclusive, contra diversos agentes causadores de infecções.

Atuante contra um largo espectro de bactérias, fungos, vírus, vermes, e protozoários, em 1944 concluiu-se que o alho possuía um poder mais abrangente do que qualquer outro antibiótico, atacando – inclusive – algumas variedades desses “vilões” não atingidos pelos mesmos. Um exemplo a citar encontra-se na China: A meningite criptocóccica tem sido tratada com alho em prol de antibióticos comuns não apresentadores de resultados positivos contra essa infecção fúngica.

Apesar da constatação quanto a possuir apenas cerca de 1% da eficácia da penicilina, o alho tem demonstrado uma série de efeitos benéficos. Cerca de 72 infecções diferentes podem ser, pelo que se sabe hoje, evitadas com seu uso.

Muitas pessoas o utilizam amassado, juntamente com azeite de oliva, no combate à prisão de ventre, regularizando o peristaltismo.

Muito útil a condenar febres intestinais [aliás, febre, em geral, e alho podem vir a ser considerados oponentes, entre outros fatores, graças a sua propriedade diaforética (transpirante)].

Bastante empregado é como anti-séptico intestinal; possui o alho capacidade no combate a toxinas intestinais; na destruição de vermes (anti-helmíntico) – por exemplo, oxiúros, ascarídeos, amebas, tênias – e bactérias nocivas aos intestinos, sem qualquer efeito sobre organismos benéficos, auxiliares da digestão – ao contrário, sua ingestão estimula a secreção dos sucos intestinais, dos sucos gástricos, bile, favorecendo o processo digestivo. Segundo Caspari, através de resultados provenientes de pesquisas laboratoriais, em 1936, constatou-se que o alho destrói estafilococos.

Também muito empregado é tal vegetal como antiespasmódico, antiflatulento e neutralizador de gases.

Inclusive, na Rússia, é o medicamento mais usual contra problemas intestinais, inclusive inflamações; gripes, resfriados e tosses também são, pelos russos, normalmente combatidas com alho. Aliás, muito difundido é pelo mundo o cuidado das chamadas doenças de inverno (resfriados, gripes, problemas dos seios perinasais, males dos brônquios) através do seu uso. O alho atua de modo eficaz contra a tosse, afecções catarrais agudas e crônicas (expectorante); atua, nas bronquites crônicas promovendo a desinfecção e desinflamação dos brônquios; atua como descongestionante das vias respiratórias; é empregado, também, no tratamento de rinite, tuberculose, coqueluche, pneumonia, asma, enfisema pulmonar, etc.

Sabe-se que na Polônia amplamente o alho é utilizado como combatente a pneumonias, gastroenterocolites, dispepsias e outras doenças.

De grande valia também é em casos de problemas digestivos de uma forma em geral. Em laboratório, inibiu-se o desenvolvimento da Helicobacter pylori, bactéria causadora da maioria das úlceras gástricas, por meio de seu emprego. Considerado também é o alho como um tonificante das paredes estomacais.

Diurético, o alho muito utilizado é no combate à hidropisia. Combate problemas na bexiga e nos rins. Seu uso faz-se também presente em casos de ácido úrico, cálculos, nefroses...

Sua aplicação como calmante de dores de ouvido, por intermédio do uso de chumaços de algodão embebidos em uma mistura de azeite fervido com alho, é outro de seus benefícios.

De ação antioxidante, além de ser um provável anticancerígeno, antitumoral devido a seus numerosos compostos à base de enxofre, estudos têm se direcionado no sentido de comprovar sua eficácia contra doenças cardíacas. Inclusive, segundo pesquisas no “Rakiura Agricultural Research Centre” (Nova Zelândia), não são apenas seus compostos possuidores de enxofre os responsáveis pela luta contra o câncer: o alho estimula a produção de uma enzima chamada glutationa peroxidase, combatente de substâncias causadoras de tal mal. Sem falar da presença do oligoelemento selênio, outro aliado nesse sentido, em sua composição. Pesquisa americana menciona, também, que o consumo regular de alho – cru ou cozido – pode diminuir pela metade o risco de câncer de estômago, uma vez que esse ingrediente combate bactéria, Helicobacter pylori, tida como possível responsável por tal tipo de tumor. Meio dente de alho, diariamente ingerido pelos seres humanos, pode vir a ser – conforme artigo publicado pela revista “New Scientist” – subsídio protetor contra câncer. Pesquisas laboratoriais, em andamento ainda, tendem por relacionar o alho à minimização com relação ao risco de incidência do câncer de mama, esôfago, pulmão, pele e cólon.

Atuante contra septicemias; o alho auxiliaria, também, como um agente benéfico ao fluxo arterial, como um agente atuante na prevenção do endurecimento da parede das artérias (arteriosclerose) e como um purificador sangüíneo, no sentido da diminuição de um dos fatores de risco das doenças dessa natureza: o colesterol (substância gordurosa encontrada em alimentos de origem animal que, em altos níveis no sangue, contribui para a formação da placa de gordura) e os triglicerídios (tipo de gordura encontrado no sangue, produto do desdobramento do açúcar que contribui para a formação da placa de gordura).

Igualmente possui o alho propriedades antiarrítmicas e hipotensoras.

Observação: Resultados de um estudo realizado na Universidade de Genebra declararam como conseqüência do uso do alho a dilatação de vasos sangüíneos, com a subseqüente redução da pressão no interior dos mesmos. Ainda, devido a esse aumento dos vasos, contribuidor é o alho ao tratamento de varizes.

Regulador da glicose do sangue (hipoglicemiante) é aliado no cuidado contra diabetes.

Também possui ação antiagregante plaquetária, ou seja, apresenta efeito inibitório sobre a coagulação sanguínea (fibrinolítico), portanto, tende auxiliar, tal vegetal, no combate a casos de derrames cerebrais e crises cardíacas.

Devido à presença da vitamina B1, o alho auxilia no combate contra o beribéri, bem como previne o cansaço nervoso e muscular, sendo um tônico antiestresse e antifadiga, atuante inclusive contra a insônia.

Relaciona-se, ainda, o uso do alho ao aumento da capacidade do organismo em resistir ao frio e ao calor.

De uma forma geral, o alho é considerado um grande reconstituinte para os idosos que dele serviram-se regularmente durante a vida, sobre os quais há singulares relatos de longevidade.

DOSAGEM:

Em regra, e em sentido profilático, costumo valer-me aproximadamente de:

0,4536 gramas de alho para 510,3 gramas de receita.

0,9072 gramas de alho (27,4% de 1 dente, ou seja, um pouco mais de ¼ de dente) para 1020,6 gramas de receita.

OBSERVAÇÃO: Quando teço referência a valores correspondentes a 1 dente de alho, valho-me de um bulbo possuidor de tamanho mediano.

CONTRA-INDICAÇÕES:

PRIMORDIALMENTE e quando o fizermos, recomendo que utilizemos tal vegetal de forma equilibrada e moderada a fim de que proveitos positivos, nossos exemplares, sua fisiologia, a seu respeito possam vir a usufruir!

Algumas humanas contra-indicações e efeitos colaterais, devido a superdosagens, abaixo mencionarei como forma justificativa analógica ao que no parágrafo anterior explanei:

Doses excessivas de alho podem diminuir a viscosidade do sangue; provocar dores de cabeça; ocasionar tonturas; causar diarréias e vômitos; provocar dores nos rins; provocar cólicas e dores de estômago; indigestão; halitose...

Dosagens elevadas são desaconselhadas em casos de hemorragia – de causa traumática ou menstrual – devido ao risco de virem a ser, essas, prolongadas e, portanto, obstaculizados os processos de coagulação.

Quem sofre de pressão baixa não deve utilizá-lo, a não ser de maneira bastante econômica, vou expressar-me assim.

ACREDITO QUE SEJA ISSO, PESSOAL....

Abraços e até mais.

 

Sobre o autor:
Autor: Alexandre Altieri