Os aficionados pelo aquarismo conhecem bem o potencial ornamental dos tetras, pelo verdadeiro brilho e vida que proporcionam aos aquários. Na linguagem comum, tetras correspondem aos diversos tipos de “piabas”, presentes em muitos de nosso rios e lagos. Quem não lembra dos cardinais, mato-grossos, rodóstomos, olhos de fogo, tetras pinguim, tetras preto, ou tetras do Congo? Tetras fazem parte de um grupo variado de espécies da família dos Caracídeos, e em geral, são peixes de cardume que não crescem tanto (média de 3 a 15 cm), e nadam em águas tropicais e equatoriais, sobretudo na América do Sul e África. Como fã desses peixes, resolvi escrever alguns dados sobre a sua criação e reprodução, pela experiência que já tive com alguns deles. Para começar, os tetras são peixes muito exigentes no aquário, por isso, não indicaria sua criação para iniciantes do hobby. Não quero dizer que sejam pouco resistentes quanto às condições, mas é sempre bom evitar o sofrimento de peixes na mão de pessoas desatentas e desinformadas. Algumas condições favoráveis fundamentais aos tetras: espaço para nadar. É melhor um tanque comprido e raso do que pequeno e profundo. Algo como 120 a 180 cm de comprido está muito bom, com pelo menos 250L. Deve ter plantas naturais, mas não tanto que atrapalhe seu nado, na parte central e na metade para cima do tanque. A água é outro dado extremamente importante para o conforto dos tetras: eles preferem águas claras, muito límpidas e com algum movimento, sempre filtrada e levemente ácidas. Trocas parciais são bem vindas também. O substrato pode ser de pequenos seixos de rio e algumas pedras lisas. Troncos também podem. Os tetras comem quase tudo, e são muito rápidos na hora da refeição. Larvas de inseto, camarão seco triturado, ração em flocos e granulada, até vez ou outra colocar gema de ovo, ou um pouco de camarão cru triturado é ótimo para eles. Falemos da sua reprodução. Como primeiro passo, é preciso ter um aquário apenas com a espécie que se deseja procriar. Não adianta ter um grupo de tetras junto com muitas outras espécies diferentes como cascudos, ramirezis, bótias, barbos, betas, camarões, etc. Também, o local não deve ser estressante ou barulhento. O aquarista não deve cair na tentação de mexer muito no aquário, nem com os peixes, para eles alcançarem o estágio de reprodução e conseguir a desova. Eles denunciam sua condição de desovar quando estão com grande intensidade de cores e muito ágeis no tanque, e não pálidos, magros e sem movimentação. Por exemplo, os mato-grossos ficam muito vermelhos, os cardinais, bem acesos e roliços, e assim por diante. Isso quer dizer que para reproduzir, todo peixe deve estar saudável. Os tetras são peixes bem delicados e sensíveis, quando o assunto é reprodução. Na natureza, eles reproduzem no período de chuva, com incremento de água e comida, basicamente. Não há necessidade de água corrente, pois em muitos lagos, peixes como os lambaris (astyanax sp.) e os Buenos Aires, que são tetras, reproduzem normalmente. Eles largam seus ovos sobre a vegetação e o substrato, ou até mesmo sobre raízes de plantas flutuantes, como alface d´água. Claro que fungos e certas algas marrons e negras prejudicarão a procriação. Os tetras comem seus ovos, se puderem, e também os alevinos. O desafio é dificultar que isso aconteça, colocando gramíneas ou pedregulhos no substrato, plantas flutuantes ou retirando os pais quando notar os primeiro filhotes no meio da vegetação. Um grande erro de criadores é querer reprodução e deixar os peixes com fome. Deve ter fartura de alimento, no período. O melhor alimento para os recém-nascidos são infusórios, plânctons ou gema de ovo em pouca quantidade, para não apodrecer a água. O bom é que eles crescem rápido, em poucos dias já nadam como os pais. De fato, sejamos verdadeiros: alguns tetras são mais difíceis de reproduzir do que outros. De experiência própria, consegui desova de hasemanias nana e tetras colombianos, em casa, seguindo os dados que escrevi aqui. Difíceis são cardinais, rodóstomos, tetra pingüim, mato-grosso e tetra do Congo. Por isso, peço a quem já teve alguma experiência com esses e outros tetras, e foi bem sucedido, favor divulgar aqui. Outras informações também serão bem vindas.
Alguns exemplos famosos de Tetras:
O Mato-Grosso:
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Hasemania nana, típica do Rio S. Francisco:
http://img225.imageshack.us/i/140el.jpg/]

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O Tetra Colombiano:
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O belíssimo Rodóstomo:
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O Tetra Glowlight, um sonho de tetra:
http://img641.imageshack.us/i/normalglo ... rasho.jpg/]

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O africano Tetra do Congo, difícil de reproduzir, e um dos tetras mais caros do mercado:
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O comum Tetra Preto:
http://img203.imageshack.us/i/tetrapreto.jpg/]

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O Olho de Fogo:
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O saltador Tetra Pinguim:
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O nosso Lambari, Astyanax sp.:
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O lindo tetra Fortuna, do rio São Francisco:
http://img840.imageshack.us/i/1059.jpg/]

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