Por seu comportamento pacífico, convivem bem com as mais variadas espécies de peixe, e é comprada em geral para ser o "aspirador de sujeira" do aquário, um grave equívoco, como muitos já disseram! Mas vamos ao que interessa, a reprodução de coridoras em cativeiro. Parece que não há tanto interesse dos grandes criadores ornamentais em reproduzir esses peixes artificialmente em larga escala, pois eles existem em abundância na natureza, sobretudo no Brasil e em outras partes das Américas. Seu baixo preço no comércio, também, tem desencorajado muitos produtores.
Alguns aquaristas reclamam que criam coridoras há muito tempo, mas nunca viram nenhuma delas reproduzir no aquário. A verdade é que tem muita gente curiosa sobre a reprodução desses pequenos cascudos. A reprodução de peixes não deveria ser vista como um “acidente”, algo sem importância, mas um objetivo (foco) sério a ser seguido, com preparo, tempo, estrutura e paciência. Isso se torna uma difícil missão para o aquarista que possui em casa um único tanque de 200L com 17 espécies dentro, incluindo, claro, as coridoras! Já li que cada espécie de coridora requer cuidados especiais, condições próprias, mas o que vou escrever aqui é a noção geral de sua reprodução, que, sem querer negar, não é tão fácil. Primeiro, o tanque não deve ser muito pequeno, nem muito profundo. Entre 60 a 100L de volume está muito bom. A profundidade, não mais que 30 cm (tem gente que reproduz esses peixes em tanques grandes, com 10 a 15 cm de coluna d´água (eles vivem de fato, na natureza, em riachos rasos ou charcos de água clara, ou na beira arenosa/enlameada de rios maiores). Um tanque de 1m de comprimento por 60cm de largo, com uma coluna de água de 20 cm, terá 120 L, o que está ótimo. Segundo, vale lembrar que o tanque não deve ter outras espécies (isso é ruim para aquele pequeno aquarista, pois não terá onde alojar suas outras 16 espécies). Terceiro, não é bom um tanque recém formado, pois elas se sentirão mais confortáveis em um tanque já “curtido”. Deve haver substrato de areia fina, cascalho e pedras médias. Algumas tocas de pedra ou madeira serão bem vindas. Plantas também. Muitos ovos são colocados nas plantas de folhas largas. Agora, com fungos ou mofo lodoso, nem pensar.
A água deve ser bem limpa e filtrada, levemente ácida (Ph 6,0-6,5, mais ou menos), e o aquário deve estar bem saudável. O pior inimigo dos ovos serão os fungos, que causam perda de grande parte da ninhada. O forte desses peixes não é água estagnada. Quarto, a temperatura varia muito, mas está tudo bem entre 20 a 30oC (tropical). Quinto: lembre que o tanque não deve estar exposto ao sol quente. Deve ser sombreado, e se possível, com plantas flutuantes. Sexto: os ovos de coridoras são adesivos, colando em superfícies lisas, como o vidro do aquário, folhas e pedras. São brancos e no dia da desova, já ficam bem duros, e com dois dias já escurecem, e vê-se um ponto escuro no meio, que é o alevino. Ovos não fecundados são brancos e translúcidos. Tem gente que prefere retirá-los do tanque inicial e colocá-los em outro recipiente, com oxigenação e ventilação mais adequadas, para diminuir a chance dos fungos. Dizem que retiram com lâminas de navalha, de barbear ou mesmo com os dedos. Não acho que seja preciso fazer isso, é muito trabalhoso, muitos ovos quebram, etc. Também não é bom o contato com o ar. Já vi gente confundir esses ovos com ovos de caramujos. Mas atenção, no tanque de reprodução não deve ter qualquer tipo de caramujos, camarões, lagostas, baratas d´água, etc, pois podem comer os ovos. Quem quiser, para deixar o tanque tranqüilo, deve retirar o grupo dos reprodutores após as desovas. Sétimo: é importantíssimo para o sucesso da produção, a alimentação e a simulação de chuva. É no inverno que esses cascudos mais desovam. Eles se enchem de pequenos crustáceos, vermes, minhocas, larvas de mosquito, lodo fino, etc. É bom arranjar alimento vivo ou fresco para as coridoras. Dá um pouco de trabalho separar entre macho e fêmea. O melhor é tomar uns 8 a 12 indivíduos do mesmo tipo (panda, albina, tigre, etc) e condicionar no tanque. Oitavo: Em geral, o mínimo para o sucesso ocorre com dois/três machos para uma fêmea; estas são pouco maiores e roliças que os machos, na época da desova. Nono: uma fêmea pode desovar mesmo sem machos, mas claro, não vai haver alevinos sem fecundação. Décimo: Pode-se saber quando há comportamento de desova quando macho e fêmea fazem uma espécie de dança em posição de um T; por fim, quedas de temperatura podem ajudar a desova (por ex. de 27 para 24oC); a simulação da chuva pode ser feita com regador, aumentando diariamente a coluna d´água em 1 ou 2cm, com água de chuva estocada e fria, e fazendo trocas parciais de 40 a 50 % do volume total, quando a coluna chegar no limite. Os alevinos recém-nascidos serão muito frágeis e finos, quase transparentes, nos primeiros dias, e podem ser comidos pelos pais. A partir do terceiro dia, os pequenos podem ser alimentados com pó de peixe/camarão seco, gema de ovo ou outra coisa interessante (ração para alevinos). Eles devem estar protegidos de sol, barulho e de peixes maiores. O aquário não deve ser perturbado nesse período. A água, sempre filtrada. Vez ou outra eles sobem à superfície para toma ar. Aguardo notícias de sucesso na reprodução de coridoras de nossos amigos aquaristas.
Um belo peixe!
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