Reprodução de Lábeo Bicolor

Discussões gerais sobre os peixes e invertebrados de água doce, abordando assuntos específicos como comportamentos, morfologia, reprodução, alimentação etc.

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Katsuzo Koike
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Reprodução de Lábeo Bicolor

Postby Katsuzo Koike » 10 Jul 2010, 23:25

Como já tenho dito, o Lábeo Bicolor é um dos peixes mais conhecidos pelos amantes do aquarismo, e um dos mais bonitos, sem dúvida. Muitos criadores de peixes ornamentais, pela prática e vivência com a espécie, sabem bastante sobre o comportamento dos “tubarões de cauda vermelha” em aquário: às vezes agressivos, mas divertidos, gostam de se entocar entre pedras ou madeira, entram em locais escuros, são limpadores do tanque, muito territoriais, gostam de água limpa, levemente ácida e atingem no máximo 15 cm de tamanho. Essa “ficha” é facilmente encontrada em qualquer manual de aquarismo. Ainda assim, infelizmente, muitos Lábeos ainda sofrem na mão de criadores iniciantes, que desconhecem suas necessidades, gerando a morte de muitos filhotes por descuido da água, estresse, tanque pequeno demais, sem tampa, etc. Mas o que muitos aquaristas desconhecem mesmo são os hábitos reprodutivos desse belo peixe, algo bem pouco documentado pelas fontes. Também não sabem explicar por que eles não se reproduzem normalmente em aquários caseiros, ou pelo menos, por que não há relatos disso por aí. Uma notícia triste que descobri é que a espécie Epalzeorhynchos bicolor, ninguém mais que o nosso Lábeo Bicolor, consta na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN -2010 (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources), ou seja, ela praticamente não existe mais em estado natural, embora não haja provas de que a espécie já esteja totalmente extinta na natureza. Seu local de origem era o sudeste asiático, mais particularmente os vales do Rio Chao Phraya, na Tailândia (e seus afluentes, riachos e planícies alagadas), e do Rio Mekong, o maior da região, que corta vários países. A situação mais séria é na Tailândia, pois muitas barragens foram construídas décadas atrás, interrompendo o fluxo natural das águas, além de que muitos alagados foram drenados ou aterrados nas regiões desses rios. A pesca predatória descontrolada durante anos, o uso de agrotóxicos nos campos, e o aumento da poluição dos rios, também concorreram para o desaparecimento dos Lábeos e de outros peixes em seu habitat natural. Um consolo é saber que os Bicolores não vão sumir de nossos aquários, pois milhares de alevinos são produzidos anualmente na Tailândia e Singapura para abastecer o mercado mundial. Fazendas de piscicultura dominaram a reprodução da espécie, garantindo sua perpetuação. O fato é que o Tubarão Bicolor (uma das 103 espécies conhecidas do gênero Labeo) não tem sido reproduzida por hobistas de aquário, e sim por profissionais, comercialmente. Volto à pergunta: por que esse peixe não nasce em aquários caseiros? Os principais motivos dados em sites e na literatura são: “eles precisam de muito espaço (01 peixe para cada 200 L, mais ou menos); são intolerantes e agressivos com os da mesma espécie; é difícil distingui-los sexualmente”. Ora, nenhum desses motivos é suficiente para garantir a falta de sucesso de reprodução em cativeiro. Não adianta tentar “colocar uns 05 indivíduos adultos em um tanque de 500L, com pedras, plantas e água ácida”...eles não vão reproduzir. O motivo é simples: eles não reproduzem naturalmente em água parada. Aqui não há amadurecimento sexual, hormonal, etc. Em relatos dos anos 30, via-se esse peixe nos riachos, correntes e alagados da Tailândia, de onde hoje sumiram, pelos problemas já citados acima. Os alevinos produzidos nas fazendas da Tailândia são obtidos artificialmente, pela injeção de hormônios. Aqui no Brasil, já há relatos com base científica, da reprodução de Lábeo Bicolor com esse método, mas ainda assim, em pequena escala. O desafio, amigos, é conseguir uma desova “natural”, pela ambientação próxima da selvagem, que permita a sua procriação. Diz-se que a fecundação desses Lábeos é externa, parecida com a dos Barbos, os pais não cuidam dos filhotes, os ovos são colocados em depressões do substrato, e depois de fecundados pelos machos, nascem após dois dias. A criação de Lábeos é predominantemente feita em aquários, e quase nunca sua criação ocorre em lagos de jardim, lagoas, charcos ou riachos naturais. Fica a dúvida: se eles fossem criados "fora" dos aquários, será que teríamos notícias de sua reprodução? Apenas termino dizendo que fazer a ambientação para reproduzir os bicolores é mais cara e difícil que usar a injeção de hormônios. O bom era que a espécie pudesse se adaptar a outros biomas, para voltar a reproduzir sem intervenção humana.


Riacho no Sudoeste Asiático (interior da Tailândia):

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Lábeo no Aquário:

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