A criação de peixes ornamentais em aquários caseiros é uma das atividades mais prazerosas e relaxantes que existe, para muita gente. Ocorre que para outras pessoas, a ansiedade própria ou muitas vezes gerada nessa prática termina atrapalhando o bom andamento do hobby, prejudicando a vida dos peixes, e pior, deixando ansioso o próprio aquarista. A contradição é que o aquarismo deveria combater a nossa ansiedade, e não alimentá-la ou sofrer prejuízos por sua causa. A ansiedade pode ser um aspecto da personalidade de cada um, ou ser desenvolvida segundo situações da vida. Claro que a montagem de um aquário, às vezes sonho de anos que se realiza, provoca uma ansiedade normal nas pessoas, que esperam dias para comprar o tanque, para a água estabilizar, para comprar os peixes, etc. Mas não é nada normal o sujeito deixar de dormir porque houve um probleminha no filtro do aquário. O pior efeito da ansiedade no aquarismo surge na forma de pressa, e na falta de controle para se mexer no aquário. E uma das receitas mais importantes que todo aquarista devia saber e seguir é: “Quanto menos mexer, melhor” (ou então, “O apressado come cru”). Há quem ache que algo está errado em seu tanque porque o mesmo não ciclou em uma semana, a água não está ficando cristalina, as plantas não estão crescendo, o substrato talvez não esteja bom, tal ornamento está soltando substâncias tóxicas, uma pedra não ficou legal em tal posição, a bomba está fraca, o filtro não está funcionando a contento, a iluminação está deficiente, os peixes estão estranhos, a água está muito fria, essa alga não devia estar ali, a comida comprada não está agradando, tal peixe deve sair, pois só só vive escondido ou perseguindo os outros, e assim por diante. Resultado: o aquarista ansioso passa todo o tempo dando viagens até o aquário, bota e tira água, traz um balde, leva o balde, remexe o substrato e ornamentos a cada hora, muda plantas daqui para lá, coloca e tira tal peixe, tira e bota o tronco, põe estabilizador químico disso ou daquilo, mede-se o PH ou nitritos a cada 15 minutos, muda a bomba de lugar, ufa! Só em lembrar tudo isso (que quase todo mundo já passou), dá uma canseira. Tem gente que desiste do aquarismo por não ter conseguido superar essas coisas. Já vi casas onde havia crianças de 04 a 06 anos que para “ver” os peixes, toda vez era preciso pegá-los com a redinha. Assim, todo dia era um pega-e-solta dos peixes, até os coitados morrerem. É compreensível que criadores de primeira viagem (ou os mais rodados) desejem o melhor para seus aquários, que tudo esteja impecável, limpo, brilhando. Um amigo toda semana lavava os seixos brancos de seu aquário, pois dizia que “estavam criando limo”. Ora, a noção de “limpeza” na concepção humana quase nunca é o melhor para a vida dos peixes de aquário. É um grande erro achar que todos os meses o aquário deva ser totalmente limpo: isso é péssimo para a biologia aquática. De exemplo próprio, não acho que pedras devam ser “limpas”; acredito que quanto mais vida tiver sobre elas (algas saudáveis, verdes) melhor para os habitantes, pois indica mais alimento. O substrato deve ser sifonado de detritos ruins, porém, no meu caso, coloco muitas folhas secas e gravetos para acidificar a água, servir de esconderijos para algumas espécies e de alimento para as plantas, na forma de matéria orgânica, cobrindo partes do substrato. Outra coisa: basta limpar os vidros apenas uma vez na semana, junto com a sifonagem, e não todos os dias; não se deve viver trocando de peixes, salvo raras exceções ou acidentes (tem gente que toda semana tira um peixe e põe outra espécie, porque perdeu uns ou não gostou de outros). Isso aumenta muito a chance de trazer doenças para o tanque. Portanto, repito a regra básica, sempre: “Quanto menos mexer, melhor”. Vamos criando nossos peixinhos devagar e sempre. Lembremos que o aquarismo deve acalmar e descontrair, não agitar ou estressar.
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