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Alvos do desejo de muitos aquaristas, principalmente os iniciantes quando tem seu primeiro contato visual com uma Arraia de Água doce no aquário de alguma loja, os membros da família Potamotrygonidae não são indicados para serem mantidos em qualquer aquário.

Arraia de Água Doce (Potamotrygon sp.)

Um aquário para uma Arraia de Água Doce deve possuir algumas características que serão fundamentais para a manutenção do animal, começando pelo substrato que deve ser de areia neutra bem fina, isso porque a Arraia gosta de se enterrar na areia para se sentir mais protegida, chegando até a ficar da cor do fundo no caso de algumas espécies, além disso a areia é seu principal local de alimentação, onde ela revolve em busca de microorganismos, entre eles pequenos crustáceos e moluscos, e não será porque é mantida em um aquário que vai perder este hábito. Um substrato diferente a impedirá de se comportar de maneira natural, podendo até ferí-la em alguns casos.

O tamanho do aquário também é importantíssimo, é necessário deixar boa parte do aquário livre de pedras e troncos para a Arraia "deslizar" pelo fundo, unindo isso ao fato de algumas espécies chegarem a um metro de diâmetro, imagine só o tamanho que deverá ser o aquário!

Arraia de Água Doce (Potamotrygon sp.)Os peixes que dividirão o aquário com a Arraia também devem ser selecionados seguindo rigorosos critérios. Peixes agressivos que costumam morder as nadadeiras de outros peixes, como o Barbo Sumatra, Labeos entre outros devem ser evitados pois podem causar ferimentos no corpo da Arraia, o que poderá evoluir para uma infecção acompanhada de fungos, por outro lado, peixes muitos pequenos como Tetras certamente virarão alimento durante a noite, período em que a Arraia adora caçar. Acarás Disco entre outros peixes de médio e grande porte e agressividade baixa são boas opções.

 A alimentação também é algo bastante delicado no caso das Arraias, elas raramente aceitam rações industrializadas, pode-se tentar adaptá-las aos poucos a aceitar rações para peixes de fundo, mas seu alimento predileto são os vivos, Tubifex, Minhocas  e pequenos peixes serão bastante apreciados, o animal pode ser condicionado a aceitar pequenos pedaços de peixe e camarão, mas sempre retirando os restos ao final da alimentação, para não poluir a água.

A reprodução em cativeiro não é muito comum, mas o dimorfismo sexual é realtivamente fácil, os machos possuem dois órgãos simétricos chamados clásper, junto às nadadeiras pélvicas, que são usados na cópula com a fêmea. A maioria das Arraias são ovovivíparas, mantém seus ovos dentro de uma espécie de útero onde os filhotes são alimentados por uma secreção produzida pela mãe.

Fotografias: John Nakachima

 

Nome científico: Potamotrygon ssp.
Origem: América do Sul (Bacia Amazônica e do Araguaia)
pH: 6,2 a 6,8
Temperatura: 26ºC
Dureza: 10 dH
Tamanho adulto: 100cm
Tamanho do aquário: 5000L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovovivíparo
Sobre o autor:
Marne Campos
Autor: Marne Campos
Marne Campos, natural de Campinas-SP, é aquarista desde 1990 quando, aos 7 anos de idade, ganhou o seu primeiro aquário e se apaixonou completamente pelo aquarismo. Bacharel em Análise de Sistemas pela PUC-CAMPINAS e técnico em Eletro-Eletrônica pela UNICAMP, criou o projeto Aquarismo Online em 1999, além outras iniciativas ligadas ao aquarismo que vieram logo em seguida, entre elas a idealização do CBAP (Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo) onde ocupou o cargo máximo por 12 anos. Dedica-se à aquários plantados desde 1998, tendo como principal área de interesse atualmente, a manutenção de ambientes aquáticos por longos períodos.