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Hoje em dia determinaram-se à volta de 120 espécies de esponjas de água doce, todas pertencentes à familia dos Spongillidae. Desenvolvem-se sob a forma de uma massa irregular agragada a suportes como pedras, plantas ou madeira.

Breve Descrição

O que é uma esponja ? E um metazoário sem simetria predefinida e sem órgãos diferenciados. Também é desprovido de células nervosas ou sensoriais.

Pode se ver uma esponja como sendo um vaso fixado a um suporte que deixa passar a água pelos poros que cobrem seu corpo. Essa água passa pela cavidade central e sai por outra abertura.

As paredes do corpo são constituidas por três camadas, o revestimento externo(1) contínuo, um revestimento interno (3)constituido de células digestivas (choanocitos) e entre estas duas uma camada de geleia (2)mais ou menos fluida onde circulam células amiboides e células constituintes.

As esponjas, se bem que imóveis e sem tecido muscular, têm a capacidade se contrair, não para efeitos de movimento mas sim porque as células constituintes da esponja necessitam reorganizar-se.

Apresentam várias côres, em função dos zooclorelas (algas microscópicas) com os quais estão em simbiose.

Uma das razões pelas quais são mal conhecidas pelos aquaristas é porque não têm valor comercial nenhum, as lojas não as conhecem nem têm acesso a fornecedores. Não têm tecidos musculares nem órgãos internos e são cobertas de poros que lhes servem para "inalar" a água, filtrando-a para se alimentar. Daí também a explicação do nome dado ao grupo ao qual pertencem: os poríferos.

Reprodução

Possuem dois modos de reprodução, uma totalmente asexuada, que constitui na divisão e regenaração das células e outra sexuada, pela formação de gémulas que se formam principalmente enquanto a esponja morre (por exemplo devido à aproximação do inverno ou da estação seca).

Uma gémula é um conjunto de células de tipo amiboïde carregadas de enclaves protéicos e lipidicos à volta das quais se formou uma membrana com uma abertura. Essa membrana é rodeada por espículos (compostos de carbonato de cálcio ou de silicío hidratado). A gémula eclode quando as condições estão reunidas (idealmente mais de 16°C), as células saem pela abertura e formam uma massa inerte.

Dito mais simplesmente, a gémula é um conjunto de células indiferenciadas rodeada por matérias nutritivas.

Estas células se transformam e se diferenciam, desenvolvendo núcleos para se chegar a diversas categorias celulares. Finalmente, uma pequena esponja se constitui.

Em termos de reprodução sexuada, tem que se especificar que as esponjas são hermafroditas com células sexuais e não órgãos sexuais. Essas células operam várias mitoses (divisão indirecta) e se tornam ovocitos. Antes de amadurecer estes ovocitos se associam a células carregadas de proteinas e lipidos.

Note-se que estes choanocitos da esponja têm um comportamento semelhante ao dos protozoários, ou seja, a célula alimentar é consumida por fagocitose.

Essa célula, se fôr macho é a associação de um espermatozoide que perdeu a cauda ao penetrar um choanocito – formando o espermiocisto.

A associação entre o espermiocisto e essa célula (ovocisto (célula fêmea)+ célula alimentar) produz a primeira etapa do que vai-se tornar a gémula.

Alimentação

Note-se também que os choanocitos desfrutam de uma relativa independência, o que poderia levar a pensar que as esponjas se assemelham muito uma colônia de protozoarios independentes, não fossem as duas camadas mencionadas acima que constituem seu corpo.

Estes mesmos choanocitos fazem parte do modo de alimentação da esponja pois absorvem as particulas alimentares que entraram na esponja graças ao batimentos de seus flagelos. Eles ingestem essas partículas por fagocitose e excretam na direcção da segunda camada que constitui a parede do corpo, ou seja a camada de células amiboides.

Curiosidade

A título de curiosidade, fez-se uma experiência em que uma esponja foi cortada em bocadinhos, os bocadinhos foram esmagados num saco de seda através do qual se recolheu as células, estas em torno foram colocadas em recipientes. O resultado foi que as células se agruparam e se organizaram rapidamente para constituir uma nova esponja.

 

Sobre o autor:
Autor: Eduardo Gerhardt