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Nada mais relaxante que chegar do trabalho, da aula ou de ambos e sentar em frente ao aquário, não é? E se ele está cheio de vida, o prazer aumenta, certo?

Mas para mantê-lo assim temos que controlar as luzes, trocar água, injetar CO2 e nutrientes, sifonar o fundo (e beber um pouco d´água por acidente!), etc. Isso toma um tempo que seria melhor aproveitado em outras coisas, como apreciar o aquário.

Introdução

Na internet há “zilhões” de informações sobre equipamentos para fazer tudo isso, mas muitos são importados e/ou custam caro. Criei e adaptei umas soluções simples e baratas no meu aquário para reduzir a trabalheira do domingo a tarde.

 

 

 

Estas aqui funcionam no mínimo há 3 anos, sem manutenção ou falha. Ao lado está o ano que instalei:

  • Sistema automático para troca parcial da água – 1997.
  • Sistema para injeção de CO2 – 1996.
  • Timer para as lâmpadas e para o sistema de CO2 – 1995.
  • Substrato orgânico que evita adubações diárias - 1987. 
 

Substrato Orgânico

 

Reflexão:

No fundo dos lagos e rios com plantas há muita matéria orgânica. São restos de plantas e animais misturados com barro, argila, areia, pedras e cascalho. E tudo funciona certinho sem gotinhas, aditivos, corretivos e outras coisas que custam tempo e dinheiro, não é?    

Se queremos aquários que simulem o ambiente natural, porque não ter esse substrato orgânico neles? Ele oferece, além do ferro, muitos micro nutrientes importantes para as plantas. Assim, elas podem passar a absorve-los da mesma forma que na natureza: pelas raízes!   

Na Web há montes de informações a respeito, mas ainda não vi alguma que cite materiais comuns aqui no Brasil, como barro vermelho e esterco de gado (é isso aí mesmo!). Para usa-los, adaptei uma receita para aquários holandeses(1) do livro Plantas de Aquário(2).   

Esse substrato é muito seguro. Com ele em 80% do aquário já reproduzi acarás bandeira e mantive discos sem problemas.

Dicas para tudo dar certo:

 
Material:

As quantidades são em volume. Use um dos “mini-aquários” para medir.

 
Material Quantidade Notas
Vidro com 2mm de espessura - Pode ser mais espesso. Esse é bem barato.
Borracha de silicone - Para colar os "mini-aquários". Um tubo pequeno.
Areião lavado 50% Uso com 2mm de diâmetro, mas já usei com 5mm.
Terra vegetal 25% Sem adubos químicos. Vendida em super-mercados em sacos plásticos. (Uso a marca Bio, da FERNAT Salvador)
Argila cinza 10% Ceramistas e artistas plásticos usam em esculturas e vasos.
Barro vermelho 5% Fácil achar em escavações, corte de morros, e atá em ruas sem pavimentação (quanto mais vermelho, melhor, mais ferro).
Esterco de gado curtido e seco 10% Aqui em Salvador, é vendido em super-mercados embalado em sacos plásticos. (Uso a marca BR-28, da FERNAT)
 

 

Preparação :

Pense nas plantas que você usará e planeje sua arrumação no  aquário. Calcule quantos “mini-aquários”  você colocará e faça um desenho. Veja o diagrama de vasos no meu aquário. 

 

 

Manutenção:

Faça trocas parciais de água semanais. Ao sifonar você verá que o substrato é muito estável. Mesmo colocando plantas novas ou arrancando as mudas excessivas a água não turva. Isso só ocorre se você arrancar plantas de raízes longas com força ou remexer o substrato. Igualzinho a que acontece na natureza.    

Se turvar, não esquente: o filtro logo deixa-a cristalina de novo.     Bem iluminadas e injetando CO2, suas plantas vão prosperar muito. Pode regularmente: plantas grandes não devem sombrear as baixinhas.    

Plantas exigentes como Echinodorus Bleheri (Amazonenses) requerem  trocas de substrato semestrais. As menos exigentes, como Echinodorus  Argentinenses, anuais e as pouco exigentes, como Echinodorus Tenellus var tenellus e Vallisneria Gigantea, a cada 1,5 ano.    

É fácil saber a hora da troca: as plantas deixam, aos poucos, de colocar folhas novas. Assim você pode programar-se sem sacrificar a praia ou a partida de futebol do domingo.

 

Escrito por Lucien R. dos Santos.

Sobre o autor:
Equipe AqOL
Autor: Equipe AqOL
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