Criar um aquapaisagismo utilizando substrato com duas cores é muito simples. Basta ter criatividade e alguns materiais bem caseiros.

O conhecimento técnico é fundamental para o sucesso do seu aquário plantado e um aquário em equilíbrio pode ser fundamental para o equilíbrio da vida fora d'água. 

Meu objetivo aqui não é descrever as técnicas para ter sucesso nesse tipo de aquário, para isso temos diversos outros ricos artigos com todo o detalhamento necessário. O meu intuito é ajudar a despertar o interesse pelo assunto, por suas características além da técnica e da beleza.     

Ao montar um aquário plantado, além de estar tentando construir um ambiente agradável para seus peixes, você estará tentando criar um ecossistema o mais próximo possível da sua vida natural. Seria como ao invés de você criar uma cidade de pedra para pessoas, você criar uma fazenda com todos os componentes da natureza de forma que os seres vivos e o ambiente se mantenham em harmonia.

O conhecimento necessário vem de diversas áreas: Da biologia com o estudo dos peixes e plantas, ciclo do nitrogênio, fotossíntese, etc. Da física com a observação dos tipos de lâmpadas e seus feixes coloridos de luz desviados pela refração e sua capacidade de propagação na água. Da química para elaboração ou entendimento dos injetores de CO2, e da gestão do conhecimento estudando a individualidade e permitindo o seu desenvolvimento etc.

Alcançado o equilíbrio técnico vem a missão de fazer com que os integrantes do aquário vivam em harmonia, para isso é importante o estudo das espécies e a observação do comportamento.

Para as plantas é importante observar a localização tanto para o efeito paisagístico como para o seu desenvolvimento, em geral, plantas grandes e compridas no fundo do aquário e as mais curtas/rasteiras na frente.

O comportamento do peixe varia conforme a sua espécie, sendo que para algumas, o fato do peixe estar sozinho ou em grupo, pode determinar um comportamento pacífico ou agressivo. Para resolver a agressividade de alguns peixes, por vezes basta criar um refúgio, criando uma zona de conforto. A agressividade também pode ocorrer quando os peixes estão disputando território, sendo necessária a criação de mais um refúgio ou mesmo a separação dos peixes.

A partir da observação desse ambiente onde tudo interage, podemos transferir nosso aprendizado para nosso dia-a-dia, notando que uma mudança no ambiente, por exemplo, a mudança de uma mesa, pode alcançar um melhor equilíbrio na equipe.

Algumas pessoas têm um nível de sociabilidade mais baixo, nem por isso precisam ser descartadas, a criação de um espaço reservado pode ser a saída para a pessoa se desenvolver e continuar trazendo benefícios para a empresa.

Estudar os componentes que afetam o ambiente e observar o comportamento dos seres vivos pode ser um prazer e trazer benefícios tanto no seu aquário, quanto no seu dia-a-dia fora d'água. 

Reginaldo Kobayashi é Analista de BI Sênior,
atuando na área de informática há 15 anos e aquarista há 20.

De início a idéia parece contraditória, já que ambos os sistemas tem estrelas diferentes, no aquário de jumbos os peixes são o principal elemento, no plantado, as plantas e sua composição paisagística que são o foco. É possível essa união?

As algas são, sem dúvida, o pior pesadelo para quem possui um aquário plantado. Uma das pragas mais comuns de se desenvolver em um aquário plantado está uma bactéria fotossintetizante: a Cianofícea, ou Cianobacteria.

As Cianofíceas são seres primitivos e bem resistentes, unicelulares ou organizadas como filamentos. Podem ser encontradas em diversos ambientes e suportando situações extremas, desde intenso calor a intenso frio, ambientes secos, úmidos, na água doce ou salgada, contudo, são mais frequentes em água doce.

Cianofíceas ou Algas AzuisSão também conhecidas por algas azuis, porque no início pensava-se que eram algas, devido a sua capacidade fotossintetizante. Azuis porque o primeiro exemplar catalogado era dessa coloração, apesar de serem encontradas em diversas cores. Seus pigmentos estão relacionados aos tipos de clorofila utilizados na fotossíntese. Curiosidade: o pigmento que dá origem ao nome “cianofícea” é denominado ficocianina.

São de aparencia gosmenta e gelatinosa. Possuem toxinas utilizadas para espantar e causar danos a possíveis predadores. No entanto, quando em grandes quantidades podem poluir mananciais de água com suas toxinas, causando odor desagradável na água e deixando um gosto marcante. Suas toxinas atacam o fígado e o sistema nervoso, hepato e neurotoxinas, respectivamente.

Como descrito acima, não é dificil identificá-las: em aquários, geralmente apresentam cor verde escuro, aparência gelatinosa e odor forte semelhante a mofo.

Embora não se pode afirmar categoricamente que suas toxinas causem danos aos peixes, deixam o aquário com uma aparência muito desagradável e prejudicam o crescimento das plantas. Como aderem a qualquer superfície, cobrindo tudo como uma espécie de capa, acabam por sufocar as plantas, que aos poucos morrem.

Como se reproduzem: De forma assexuada, por cissiparidade, ou seja, a célula se divide formando duas células, ou ainda liberando esporos quando organizadas como filamentos. Os esporos são chamados de acinetos. Liberam-se da colônia mãe e dão origem à uma nova colônia quando encontram um local propício.
Cianofíceas ou Algas Azuis

Como aparecem no aquário: São amplamente beneficiadas por desequilíbrios de nutrientes na coluna de água, geralmente causados por uma manutenção deficiente e má qualidade da agua resultante da manutenção fraca. Um indício de que a má qualidade da água favorece o surto de cianoficeas é que em locais onde há oferta de luz, fósforo, nitrogênio e outros poluentes orgânicos, podem ser encontradas em profundidades consideráveis.

Como combatê-las: A melhor maneira é a prevenção, um aquário com manutenção adequada e equilíbrio de nutrientes dificilmente sofre com surtos dessa bactéria. Caso o surto já esteja em estado avançado e haja a necessidade de se eliminar a colônia em poucos dias, utiliza-se antibióticos. Como ficam as bactérias do filtro biológico? As cianóficeas são classificadas como gram-negativas. Já o filtro biológico apresenta bactérias tanto gram positivas quanto gram negativas*. O tratamento afetará as gram negativas. Desse modo, nem todas as bactérias são perdidas. Mesmo assim, deve-se ficar atento à possibilidade de um desequilibrio biológico. Por isso, é importante monitorar, através de teste químico, a concentração dos compostos nitrogenados mais tóxicos (amônia e nitrito) para que não afete os peixes.

CápsulasNo tratamento, serão utilizadas cápsulas de 250mg de Eritromicina (Nome comercial: Ilosone ou Eritrex) para cada 100 litros de água. O medicamento deve ser adquirido em forma de cápsulas, evite líquido ou comprimidos revestidos pois estes contém corantes entre outras substâncias que não serão bem vindas. Caso não encontre o medicamento na forma adequada, pode-se manipular em fármacias especializadas. Portanto,

Calcule a quantidade de água do aquário, multiplique o comprimento pela largura e depois pela altura em centímetros, divida o resultado por 1000 e terá o valor em litros, lembre-se de descontar a área ocupada por substratos e objetvos de decoração no momento de inserir as medidas.

A Eritromicina é de difícil solubulidade. Por isso, a sugestão para dissolvê-la é:
Triture bem o antibiótico
Pingue umas gotas de agua sobre o pó
Faça uma pasta com o material
Vá despejando mais água para dissolver o máximo possível do comprimido. Utilizar água morna pode ajudar.

Quanto melhor dissolvido o antibiótico, melhor o resultado.


Durante três ou quatro dias, aplique a dosagem recomendada. Não esqueça de remover a filtragem química. Ao final do tratamento, efetue uma troca de água de 50% e volte a adicionar o material de filtragem química, seja carvão ativado ou resina.

LEITURA ADICIONAL:
*O que são bactérias gram positivas e negativas? Leia aqui:
http://www.josevalter.com.br/estudante/biologia.htm

Muitas plantas que nós temos em nosso aquário, podem ser cultivadas de outra forma, a forma emersa. 

Nem todas as plantas podem ser cultivadas dessa forma, plantas do gênero Egeria, Najas, Hidrilla, Aponogeton, Cabomba, Vallisneria e Nymphea não suportam períodos fora da água, pois são "aquáticas verdadeiras", mas a maioria das plantas que temos em nossos aquários, podem.

Flor de Bacopa lanigera

(Ao lado: Bacopa lanigera florindo, muitas das plantas só dão flores na forma emersa.)

O cultivo emerso pode ser interessante tanto por si só, quanto como forma de propragação auxiliar para o aquário, já algumas plantas apresentam um crescimento bem mais rápido emersas, além de ser uma forma mais segura e barata de cultivo, já que não há problemas com algas, não precisa de sistema de filtragem e nem de aquecimento, então, quando houver uma quantidade desejável da planta, poderá passá-la para o aquário, de preferência com um período de readaptação ao meio aquático.

As únicas exigências do cultivo emerso são a iluminação, umidade e manter sempre um substrato bem encharcado. Levando em conta as vantagens do cultivo emerso, os cultivadores profissionais de plantas para aquários e lagos mantém a maioria de suas plantas na forma emersa, motivo pelo qual, a maioria das plantas que você compra nas lojas e leva para o seu aquário, ficam diferentes, depois de algum tempo, elas se readaptam ao meio aquático e as folhas que nascem a partir daí são totalmente diferentes das anteriores.

 

Emergindo

Existem três formas de emergir uma planta.

Uma delas, a maneira mais forçada, basta colocar a planta em seu vaso, com ela completamente fora da água. Não são todas as plantas que resistem a esse tipo de emersão, e para que ela ocorra o ambiente deverá ser muito úmido. Essa é a maneira mais arriscada e rápida de emergi-las.

O outro modo também é uma emersão forçada, só que mais lenta, permitindo a adaptação da planta. Cubra toda a planta com a água e vá abaixando seu nível lentamente, como se simulasse o período de seca de um rio. Com o tempo ela vai lançando folhas já adaptadas na forma emersa.

O terceiro método é o mais lento, e ocorre de forma natural. É só manter a planta toda coberta de água e esperar que ela cresça, emergindo sozinha.

 

Umidade

EstufaAlgumas plantas mais exigentes só vão bem emersas com altos níveis de umidade. Para manter esses níveis, muitos aquaristas usam aquários tampados, com uma pequena coluna de água dentro. É recomendado trocar essa água cerca de uma vez por mês.

(Ao lado: Exemplo de aquário-estufa.)

É perfeitamente possível manter plantas emersas sem isso, mas provavelmente algumas plantas mais exigentes, como Hemianthus, algumas Echinodorus, Cryptocorines e algumas Bacopas não deverão se desenvolver muito bem.

 

Iluminação 

A iluminação é muito importante para que as plantas possam fazer a fotossíntese.

O período ideal de iluminação é de aproximadamente três ou quatro horas de luz solar direta pela manhã. Se elas estiverem recebendo muita luz, provavelmente muitas folhas irão queimar, por isso seria aconselhado o uso de sombrite nesses casos.

 

Substrato

Existem várias opções de substrato, as usadas são combinações de húmus, laterita, terra e cascalho fino. Alguns preferem misturar tudo, outros usam camadas com 20% de húmus, 10% de laterita, 30% de terra vegetal e 50% de cascalho fino.

Algumas plantas como Cryptocorines preferem um substrato ácido, por isso é recomendada a adição de um pouco de xaxim em seu vaso. Outra coisa importante é manter o substrato bem encharcado, ou até com uma coluna de 1 ou 2 cm de água.

 

Rotala sp.






Rotala sp. emergindo em lago no Jardim
Botânico de São Paulo.

 

 

 

Myriophyllum




Myriophyllum matogrossensis, também no Jardim
Botânico de São Paulo.

 

De início gostaria de dizer que este layout ensina muita coisa porque é bastante técnico, precisamos treinar nossos olhos a reconhecer os princípios estéticos. 

A maneira mais comum de se plantar riccia é em pedras chatas ou fixas em troncos.

Tentarei passar através de fotos uma das minhas experiências, que foi fazer um carpete uniforme de riccia.

Materiais utilizados:

Esse pode ser considerado o ''próximo passo'' em termos de iluminação para aquários. Acredito que a maioria dos aquaristas (aquaristas, e não pessoas que têm aquários) já ouviram falar, ao menos uma vez, sobre lâmpadas HQI ou Metal Halide. Mas que raio de lâmpada é essa?!? É realmente tão boa assim? Posso trocar minhas lâmpadas fluorescentes por essas?

Todos sabemos que de nada adianta um plantado bem iluminado, com bom nível de CO2, se não tivermos uma boa fertilização - seja líquida ou mesmo no substrato - para que nossas plantas cresçam bem.

Acho interessante sabermos um pouco mais sobre os principais nutrientes utilizados pelas plantas, bem como suas funções e principais sintomas de dificiência dos mesmos: 

Apesar do aquarismo plantado no Brasil ter evoluído muito no sentido técnico, tecnológico e principalmente artístico, muitos mitos antigos parecem persistir em perdurar entre os aquaristas. Muitos desses mitos custam o fracasso dos iniciantes e invariavelmente levam à insatisfação no hobby que, por sua vez, fortalecem ainda mais esses malditos mitos.

Molécula de fosfato com destaque para o fósforo (P).Certamente o maior mito de todos no aquarismo plantado é o fósforo (ou fosfato) no papel de vilão como o grande e principal causador dos surtos de algas. Isso já fora exaustivamente discutido durante muitos anos e eu, digo eu mesmo, achei que essa questão já havia sido esclarecida para a maioria dos aquaristas, pelo menos os mais experientes... mas estava enganado! Ainda há muita gente, muito mais do que eu imaginava, que ainda acredita nesse grande absurdo e isso é algo que realmente me deixa muito irritado, pois o nosso hobby não deveria mais estar sendo perturbado por esse barulho, esse retrocesso, esse atraso de vida! Precisamos liquidar esse equívoco de uma vez por todas e vou dar aqui minha parcela de contribuição rapidamente. Portanto, vamos partir de dois fundamentos técnicos essenciais que todo aquarista tem a obrigação de saber:

• O fósforo (P), como todos devem sabem, é um dos cinco macronutrientes das plantas sem o qual elas sofrem severos distúrbios de crescimento e definham até a morte, ponto final. Isso é indiscutível. Sem fósforo não há condições saudáveis para as plantas se desenvolverem, isso é uma ordem imutável.

• Nos ecossistemas aquáticos, a saúde das plantas são a contrapartida da proliferação contínua das algas, ponto final. Quem não acredita nisso, por favor, passe a acreditar. Plantas e algas são organismos concorrentes no ecossistema, portanto, se um sofre, o outro prospera. As algas, como organismos fisiologicamente inferiores e menos exigentes, se aproveitam de determinadas condições de desvantagem para as plantas para crescerem, são organismos oportunistas.

Folha de planta coberta por algas petecasA partir desses dois preceitos, podemos tirar algumas conclusões que podem ser comprovadas na prática. 

Primeiro: como podemos vencer a competição contra as algas removendo o fósforo, um dos principais alimentos das plantas? É como tentar vencer uma guerra de trincheira com uma bomba atômica, você mata o inimigo e também seu próprio exército. É lógico que funciona! As algas desaparecem! E junto com elas a saúde das suas plantas que vão apresentar vários sinais de desnutrição importantes. Aquaristas inexperientes que não sabem reconhecer esses sinais ficam satisfeitos ao verem o aquário livre das algas e mal sabem que suas plantas não conseguem crescer ou crescem muito mal. 

Planta livre de algas, realizando fotossíntese visivelmenteSegundo: a guerra não foi vencida, foi apenas estagnada. Logo que o menor traço de fósforo surgir, as algas explodem novamente e aí temos aquaristas que se ocupam mais em combater as algas do que cuidar das suas plantas e de seu aquário. É por isso que vemos os fóruns abarrotados de tópicos sobre controle de algas e quase nenhum sobre nutrição de plantas. Só se fala nisso! Isso não é aquarismo, é uma batalha inglóra! Na prática é impossível, repito, É IMPOSSÍVEL, remover o fósforo de um ecossistema vivo. Resinas??? Pregos no filtro??? TPAs de 457%??? Já vi de tudo e os aquários continuam andando para trás. 

Se tratando de algas, posso assegura-lhes que 70% das causas estão no suprimento deficiente de CO2. Acreditem, a maioria dos aquaristas não sabem medir o CO2 e praticamente todos usam o drop-checker como o principal indicador sem ter a menor ideia de como usá-lo. Esqueçam o drop-checker, isso é para aquaristas muito, muito experientes. Eu mesmo não uso. É muito mais bonito do que eficiente. Os outros 30% das causas das algas são divididos entre má nutrição das plantas e operação ineficiente dos biofiltros, o que causa o surgimento de amônia, um verdadeiro estopim para as algas. 


Problemas com algas e saúde das plantas são as duas faces da mesma moeda. Estude a nutrição das suas plantas e aprenda a observar suas necessidades e as algas começam a sumir como mágica. Quantas vezes não resolvi problemas com algas nos meus aquários aplicando MAIS FÓSFORO! Mas para isso é preciso estudar uma série de mecanismos fisiológicos que veem antes dos nutrientes e o principal é acertar a medida certa entre Luz e CO2. Esse é 50% do segredo da coisa, entender que a relação luz, carbono e nutrientes significa energia, ritmo e demanda: a luz como energia ditará um ritmo metabólico por carbono que, por sua vez, demandará recursos na forma de nutrientes. Entenda esse conceito primário, a culpa não é do fósforo.

Olá Pessoal

Sei que para alguns isso pode parecer besteira ou simples demais, mas hoje (11 jan 2005) o Reinaldo trouxe algumas mudas de glossos para mim e resolvi tirar algumas fotos, fazendo assim um mini "passo a passo" de como plantar Glossostigma elatinoides (glossos), da melhor maneira, ou seja, nó a nó, como o Amano costuma fazer. Peço desculpas pela qualidade das fotos.

Basicamente o aquário de baixa manutenção (ou low tech, como é também conhecido) é aquele que dispensa equipamentos sofisticados e um esquema forte de fertilização. Fim. Mas o que define este tipo de montagem? O que faz com que um aquário seja de baixa manutenção?

Tais aquários definem-se basicamente em função da flora escolhida. Há várias plantas cujas necessidades são atendidas de maneira bastante fácil, sendo menos exigentes com relação a iluminação, necessidade de substrato fértil e fertilização líquida, injeção de CO2. 

Sem introdução de gás carbônico, com substrato inerte e iluminação baixa (entre 0,2 a 0,5 W/l) as plantas crescem de forma lenta, com a taxa de absorção de nutrientes minimizada. A princípio elas se sustentarão com os elementos contidos na água de reposição e aqueles fornecidos pelas excreções/excrementos da fauna e sobras de ração. Com o tempo a fertilização líquida pode ser necessária, mas em pequena dosagem e intervalos maiores (semanalmente, por exemplo). Outro recurso muito usado é a inserção de pastilhas de fertilizante no substrato, próximo as raízes das plantas.

Embora sem a exuberância dos aquários estilo holandês e nature, aquários de baixa manutenção oferecem vantagens interessantes. Há facilidade em encontrar plantas nas lojas e várias a preços bastante acessíveis. A manutenção é simples e ocupa pouco tempo do aquarista, inclusive pela necessidade reduzida de podas. O gasto de energia elétrica é menor, principalmente pelo fato de tais plantas não necessitarem de iluminação potente.

Segue abaixo uma lista com sugestões de plantas para aquários de baixa manutenção. Encontrarão aqui também algumas plantas de crescimento rápido (higrófilas e cabomba, por exemplo), mas que se adaptam muito bem a este estilo de aquário, com a ressalva de precisarem de poda mais frequente. 

Aquário com plantas de baixa manutenção

 

Lista sugerida de plantas para aquários de baixa manutenção.
Mais informações em: Plantas Hidrófilas.

Grande Porte.
Gênero Anubias - gigantea; gracilis; hastifolia.
Gênero Aponogeton - bouvianus; elongatus; rigidifolius; undulatus; ulvaceus.
Bolbitis heudelotii.
Cabomba caroliniana.
Gênero Crinum - aquatica; calimistratum; thaianum.
Gênero Cryptocoryne - aponogetifolia; crispatula Balansae; cripatula Balansae Rojo Lucanas; retrospiralis; spiralis.
Gênero Echinodorus - amazonicus; argentinensis; bleheri; major; parviflorus; osiris; sp. Apart; sp. Ozelot Green; sp. Red Special; uruguayenses; X Barthii.
Gênero Hygrophila -  corymbosa;  difformis;  polysperma;  polysperma Ceylon;  polysperma Rosanerving.
Gênero Najas - guadalupenses; indica.
Gênero Nymphaea - lotus pubences; lotus zankeri.
Gênero Rotala - indica; rotundifolia; rotundifolia Green.
Gênero Vallisneria - americana natans; asiatica; gigantea rubra.

Médio Porte.
Aldrovanda vesiculosa.
Gênero Anubias - afzelli; barteri; barteri angustifolia; barteri calladiifolia; barteri Round Leaf; congensis; glaba; lanceolata.
Gênero Aponogeton - crispus; longiplumulosus.
Gênero Bacopa - caroliniana; monieri.
Cardamine lyrata.
Ceratophyllum demersum.
Gênero Ceratopteris - cornuta; thalictroides.
Gênero Cryptocoryne - walkeri lutea; willisii.
Egeria densa.
Elodea canadenses.
Hydrilla verticillata.
Hydrocleis nymphoides.
Gênero Hydrocotyle - leucocephala; ranunculoides.
Lagarosiphon major.
Limnophila sessiliflora.
Gênero Ludwigia - mullertii; repens.
Gênero Microsorum - pteropus Filipino; pteropus Narrow Leaf; pteropus Needle Leaf; pteropus Red; pteropus undulata; pteropus Windelov.
Myriophyllum aquaticum.
Vallisneria tortifolia.

Pequeno Porte.
Gênero Anubias - barteri Coffefolia; barteri Marble; barteri Nana; barteri Nana Gold; barteri Nana Petit; barteri Nana Narrow Leaf.
Gênero Cryptocoryne - affinis; beckttii; beckttii Petchi; wendtii Mi oya; wendtii Tropica.
Helanthium tenellum.
Lilaeopsis braziliensis.
Microsorum pteropus Nana.
Sagittaria subulata.

Musgos e Hepáticas.
Aegagropila linae.
Gênero Fissidens - fontanus; sp. Singapure: zippelianus.
Fontinalis antipyretica.
Isopterygium sp.
Monosolenium tenerum.
Ricardia chamedryfolia.
Subwassertang.
Gênero Taxiphyllum - alternans; barbieri; sp. Flame Moss; sp. Giant Moss; sp. Green Sock Moss; sp. Peacock Moss; sp. Spick Moss; sp. String Moss.
Gênero Vesicularia - dubyana; ferriei; montagnei; reticulata.

Carpetes.
Gênero Mariselia - hirsuta; minuta; quadrifolia.
Leptodictyum riparium.

Superfície.
Lemna minor.
Phyllanthus fluitans.
Salvinia molesta.
Utricularia gibba.

Plantas de baixa manutenção


Ficou com dúvidas? Então acesse: Plantas em aquários de baixa manutenção.

As plantas flutuantes são ótimas aliadas do aquarista na manutenção de seus aquários, podendo ter sua presença considerada quase obrigatória em diversas montagens. Bonitas e funcionais, servem como complemento na decoração, tornando o ambiente muito mais natural ao mesmo tempo que garante a retirada de boa parte da matéria orgânica presente na água. Nesse texto abordaremos um pouco sobre essas plantas multifuncionais, especialmente as de pequeno porte, ideais para pequenos tanques.


Quando falamos sobre plantas flutuantes, geralmente os primeiros a serem citados são os Aguapés (macrófitas do gênero Eichhornia, também conhecidas como Jacinto ou Gigogas) e as Alfaces-D'Água (Pistia stratiotes, também conhecida como Repolho-D'Água), ambas plantas muito populares e comuns em qualquer curso d'água ou mesmo lagos ornamentais. Sua popularidade se deve às inúmeras atribuições positivas e já comprovadas: decoram com naturalidade qualquer ambiente, fornecem refúgio aos peixes, criam zonas de sombreamento e são capazes de retirar compostos químicos tóxicos da água (nitrogênio e fósforo, por exemplo), além de acumular material orgânico sólido em suas raízes, aproveitado em seu metabolismo. Tanto é que são utilizadas no tratamento da água do sistema de esgoto, em determinadas regiões.

Porém, essas plantas apesar de muito funcionais são grandes, inapropriadas para a maioria dos tanques ornamentais domésticos. Ultrapassando facilmente os 30 cm, podem destruir o layout do aquário mais bagunçado até, tanto a parte fora d'água como as raízes, submersas. Todavia existem outras inúmeras espécies de macrófitas flutuantes de pequeno porte, igualmente eficientes e perfeitamente adaptáveis a esses pequeninos sistemas.

As plantas flutuantes mais comuns à disposição nas lojas costumam ser dos gêneros WolffiaLemnaAzollaSpirodelaSalviniaPhyllanthusLimnobium. A ordem é de menor porte até a de maior, consecutivamente.

Wolffia é o gênero de menor tamanho, com folhas que não ultrapassam 1 milímetro, tanto em comprimento como em altura. Realmente é minúscula, com formato ovalado e crescimento rápido, não possui raízes. Proteica, serve de alimento para inúmeras espécies de peixes ornamentais e deve ser monitorada, pois espalha-se muito rápido. Não é uma planta muito exigente em relação a luz, sendo que uma iluminação média já é suficiente.

Lemna é outro gênero de pequeno porte, mas dessa vez bem visível. Atingindo até 3 milímetros, essa planta é composta de 2 à 3 folhas ovaladas unidas, com uma raiz que pode crescer uns 2,5 cm. Também cresce rapidamente e toma conta da superfície se não for controlada. Serve como alimento para diversas espécies de peixes e refúgio para a microfauna. Não é uma planta muito exigente em relação a luz, sendo que uma iluminação média já é suficiente.

 

Lemna minor

Lemna minor no centro da imagem, vista de cima.

 

Lemna minor

Raiz de L minor, no centro e em destaque. Costumam apresentar usas pontas curvadas.

 

Azolla é uma das mais peculiares plantas de superfície no que diz respeito ao seu formato. Podendo Atingir até 3 cm aproximadamente, forma pequeninas ramificações retas, em torno de 3 à 15 "braços" compostos por folhas triangulares e sobrepostas, dando uma aparência escamosa à planta. Possui uma raiz com 1 à 2 cm de comprimento, exige um pouco mais de claridade e se prolifera muito rapidamente, podendo assumir uma posição de praga se não for controlada. Não costuma ser atacada por peixes. Possui o curioso fato de se amontoar uma sobre a outra quando não tiver mais espaço para reproduzir-se horizontalmente.

 

Azolla caroliniana

Azolla caroliniana na imagem.

 

Azolla caroliniana

Percebe-se que na falta de espaço, ela começa a crescer umas sobre a outras.



Spirodela é a mais discreta e simples no que diz respeito ao formato e a cor. Com folhas que variam de 0,5 até 1 cm dependendo da espécie, possuem folhas arredondadas e verde claro, algumas vezes com tons avermelhados. Sempre em par, trio e às vezes quarteto, essa planta nãos e espalha tão rapidamente quanto as outras. Delicada, pode partir-se ao menor toque mais forte. Com diversas raízes de até 3 cm, costuma exigir uma iluminação média e serve de alimento a diversos animais aquáticos.

 

Spirodela sp.

Uma planta bonita mas frágil ao toque.



Salvinia é o gênero com mais espécies conhecidas no aquarismo. Não é uma planta de grande porte, suas folhas com pelos capazes de repelir água atingem até 3,5 cm dependendo da espécie, mas os ramos dos quais são originárias podem apresentar comprimento considerável, de até 15 cm (varia conforme a intensidade luminosa: luz mais forte planta mais compactada, luz mais fraca planta estiolada). Necessitam de uma iluminação mais forte e não costumam ser molestadas por peixes, mas sim por caramujos. Suas raízes podem, atingir até 10 cm (depende da espécie), capazes de agregar material sólido e abrigar microfauna. É uma planta de propagação rápida e constante.

As espécies mais comuns são S. natansS. auriculataS. cucullataS. minima. A menor é a Salvinia minima.

 

Salvinia natans

Salvinia natans cultivada ao ar livre e em solo muito adubado.

 

Salvinia natans

Raízes espessas, compridas e castanhas, do exemplar cultivado ao ar livre.

 

Salvinia natans

Salvinia já adaptada às condições de luz e nutrição de um aquário.



Phyllanthus, mesmo sendo citada como comum, não é muito recorrente nos aquários brasileiros, apesar de ser uma planta nativa. O que mais chama a atenção é a coloração muito avermelhada que pode desenvolver quando exposta a iluminação forte. Com folhas de até 2 cm e de aparência aveludada (devido a uma película que serve para repelir água), são um pouco frágeis ao toque e raramente são atacadas por animais. Com raízes também avermelhadas e em forma de tufos servindo de abrigo a microfauna, de até 3 cm é uma planta exigente em relação a iluminação e é recomendável a adição de Ferro na água. Possui crescimento lento a moderado.

 

Phyllanthus fluitans

Phyllanthus fluitans em ambiente externo.



Limnobium é de todas citadas a que possui folhas maiores. Com até 10 cm de comprimento, possui folhas verdes e esféricas. Com raízes que quando plenamente desenvolvidas atingem até 10 cm de comprimento. Possui a peculiaridade de lançar talos e folhas acima da lâmina d'água, ficando semelhante a uma anúbia, além de fixar suas raízes no substrato (se ele estiver ao seu alcance), crescendo como uma legítima Vitória Régia. De crescimento médio e exigência de iluminação não muito forte, é uma planta de destaque que chama a atenção pelo seu porte diante das outras. Raramente é devorada por peixes, mas suas raízes servem de esconderijo de alevinos e de microfauna.

 

Limnobium variegatum

Limnobium variegatum no centro da imagem.

 

Limnobium variegatum

Ao fundo um estolho com raízes ainda não plenamente desenvolvidas.



De uma forma geral, algumas considerações podem ser atribuídas a todas essas espécies: 

- São pequenas portanto adequadas a aquários pequenos, comuns, temáticos ou plantados, 
- O crescimento é sempre médio à rápido, dificilmente encontrará uma planta flutuante de crescimento/propagação lentos, 
- Multiplicam-se por estolhos e de forma mediana ou rápida, sendo capazes de formar verdadeiros carpetes de superfície, 
- São capazes de absorver uma série de compostos químicos nocivos como nitrito, nitrogênio, fosfato, chumbo, cadmio e cromo por exemplo, por isso são especialmente indicados para aquários plantados, evitando surtos de algas, 
- Servem de abrigo ou para alevinos de peixes como para uma vasta microfauna (invertebrados por exemplo e demais invertebrados),
- São capazes de sombrear aquários para peixes que não gostem de luz muito forte como Neons Cardinais e Acarás Disco ou para plantas que preferem luz moderada como Cryptocorynes, Anúbias, musgos e Microsorum.
- É fácil obter mudas mudas.

O que mais se destaca sem dúvida é o crescimento. Até as que são caracterizadas como plantas que crescem não tão rápido, o desenvolvimento sempre é espantoso. Veja abaixo o registro do crescimento de várias destas espécies juntas, com uma fotografia por semana, e compare:

 

Desenvolvimento - foto 1

Fotografia antes de retirar o excesso de plantas.

 

Desenvolvimento - foto 2

No mesmo dia, deixei apenas alguns poucos exemplares de cada espécie.

 

Desenvolvimento - foto 3

Aquário após 1 semana após a retirada do excesso de plantas.

 

Desenvolvimento - foto 4

Aquário após 2 semanas após a retirada do excesso de plantas.

 

Desenvolvimento - foto 5

Aquário após 3 semanas após a retirada do excesso de plantas.



Observando isso notamos que o único cuidado importante que devemos ter com essas plantas é em relação ao seu crescimento e propagação. Deixar a manutenção para semana que vem pode significar encontrar um tanque com um belo "gramado" verde na superfície, sem ver uma gota d'água abaixo. Por isso sempre retire o excesso que julgar necessário, sem peso na consciência pois elas multiplicam-se muito rápido.

Não jogue as plantas que retirar no vaso ou em qualquer curso d'água! Elas podem chegar vivas ao esgoto e após a algum córrego por exemplo, adquirindo comportamento invasor e causando possíveis desequilíbrios ambientais. Sempre descarte-as em vasos de plantas ou na terra do jardim, pois servirão como adubo após se decomporem.

Cultive algumas planta flutuantes, são tão interessantes quanto as submersas e igualmente funcionais! Seja pela decoração, seja para abrigar, seja para consumir compostos químicos e material orgânico, elas serão sempre uma ótima escolha.

 

Provavelmente você já leu ou ouviu em alguma ocasião uma pergunta mais ou menos nestes termos: mas você quer um aquário plantado ou com plantas? De certa forma, consolidou-se uma distinção entre uma coisa e outra, mas mesmo sendo este assunto que gere algum debate, apenas para “fins didáticos”, vamos considerar esta diferenciação por agora.

A grosso modo, o aquário plantado é aquele cujo foco são as plantas e todos os recursos serão usados em benefício delas. Substrato fértil, iluminação potente, injeção de CO2, esquema forte de fertilização. Já o aquário com plantas é aquele que muitos de nós temos. Apenas substrato inerte, sem injeção de CO2, iluminação razoável, um pouco de potássio aqui, um tantinho de micronutrientes lá, com plantas que se adaptam a este conjunto de fatores. E claro, os peixes, foco e finalidade de toda a montagem. E é sobre esta segunda opção que quero falar.

Manter plantas em aquário sempre foi lida minha. Tenho kinguios e quando comecei pesquisar com seriedade, só o que lia a respeito deste assunto era o seguinte: kinguios e plantas não combinam; em aquário de kinguios só plantas artificiais; eles desenterram e comem todas as plantas. E por aí a coisa avançava.

Foi muito frustrante este tipo de retorno. Justo o peixe que eu tinha não podia usufruir dos benefícios das plantas? E lá ficava eu matutando que não podia ser assim. Difícil, vá lá. Mas planta alguma? Foi muita leitura até encontrar o tópico de um aquarista que possuía aquário de kinguios com plantas. E pasmem, era possível mantê-los juntos! Foi o ponto de partida. Sei que pareço um disco de repetição, mas plantas fazem um imenso bem para nossos peixes. Muitas vezes sequer precisamos de grande investimento para tê-las. É apenas questão de querer, pesquisar e planejar.

Plantas aquáticas (macrófitas aquáticas) são divididas em grupos, conforme a posição que ocupam na coluna d’água. Desta forma, temos:
Planta Aguapé
• Flutuantes livres, flutuam na superfície e suas raízes não se fixam em qualquer substrato (ex.: aguapé, alface d’água).
• Submersas livres, flutuam livremente abaixo da superfície (ex.: utriculária).
• Submersas enraizadas, crescem totalmente imersas (ex.: elódea, erva d’água mayaca).
• Enraizadas com folhas flutuantes (ex.: lírio d’água, vitória-régia).
• Emergentes ou emersas, apenas raízes ou rizomas ficam submersos (ex.: junco, taboa).

Manter plantas em aquários significa disponibilizar uma série de benefícios à fauna que o habita. Macrófitas aquáticas fornecem uma suplementação de oxigênio além daquele que a água absorve do ar pelas trocas gasosas ocorridas na superfície. Proporcionam áreas de sombra para animais sensíveis a luz intensa. Servem como demarcadoras de territórios, locais de desova e abrigo, tanto para alevinos como peixes adultos. Algumas são excelentes alimentos, a exemplo da lentilha d’água, planta rica em proteína.

Também atuam como purificadoras da água, filtrando os nutrientes nela dissolvidos e usando-os para sua própria manutenção e crescimento. E esta é a parte que mais gosto: plantas aquáticas consomem amônia. Nitratos, você quer dizer. Não, quero dizer amônia mesmo, além de nitratos, fosfatos e minerais. Muitas plantas aquáticas – e isto tem comprovação científica – absorvem preferencialmente amônia a nitratos. Não havendo amônia disponível, então elas utilizarão nitratos.
E por que isto ocorre? Porque o gasto energético da planta é muito menor para consumir amônia do que nitrato. É uma questão de preservação de energia. Desta forma as plantas atuam como filtros, depurando e subtraindo nutrientes para seu uso, tornando a água mais salubre para a fauna. Contribuem também para a redução e controle de algas, não permitindo a existência de excesso de nutrientes dissolvidos, os quais seriam invariavelmente utilizados pelas algas.
Algumas plantas que consomem preferencialmente amônia: Pistia stratiotis, Lemna minor, Elodea densa, Ceratophyllum demersum, Fontinalis antipyretica.

Planta ElodeaDeixando os aquários um pouco de lado e considerando os corpos d’água naturais, macrófitas aquáticas têm importância relevante como produtores primários, fonte de alimento para peixes, aves e mamíferos. Por necessitarem de altas concentrações de nutrientes para se desenvolverem também são vistas como bioindicadoras de um ambiente. Por exemplo: aguapés e alfaces d’água desenvolvem-se melhor e proliferam bem em ambientes eutrofizados (ricos em nutrientes). Já a presença de elódeas e algumas espécies de ninphoides, indicam ambientes menos eutrofizados. Por esta característica são utilizadas na recuperação de rios e lagos poluídos, considerando que os poluentes são tanto orgânicos (resíduos aninais e vegetais, esgosto doméstico) como inorgânicos (esgoto industrial, produtos de limpeza).

O aumento exagerado destas plantas em um determinado local deve-se basicamente a dois fatores: falta de predadores naturais e aumento do nível de eutrofização, ou seja, maior disponibilidade de compostos nitrogenados e fosfatos. As que se reproduzem com rapidez e facilidade neste caso são Eichhornia crassipes, Salvinia molesta, Elodea canadensis, Pistia stratiotis, Ceratophyllum demersum.

Outra faceta interessante é a utilização de macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes, seja de pequenas povoações rurais, aqüicultura, carcinicultura, frigoríficos, hotéis, entre outros. As plantas mais utilizadas, em função de sua capacidade de consumo de nutrientes e despoluição da água, são aguapé e alface d’água. É interessante observar também que o sistema radicular destas plantas retem partículas sólidas em suspenção. Outras plantas utilizadas para esta finalidade são: Salvinia rotundifolia, Elodea nuttallii, Wolffia arrhiza, Ceratophyllum demersum, Myriophyllum aquaticum, Spirodela polyrhiza.

 Voltando aos aquários, podemos ainda lembrar as montagens de Diana Walstad, conhecidas como Natural Planted Tank ou El Natural, onde uma das premissas é a de que peixes e plantas devem equilibrar as necessidades uns dos outros no pequeno sistema que é o aquário. Por estas e outras que plantas são tudo de bom. Não privem os peixes desta companhia. Sem grande investimento (que há quem não queira e há quem não possa) é possível manter plantas adequadas ao aquário e fauna que ele contém. Ou mesmo adequadas a uma situação esporádica. Em um caso de explosão de algas, quem nunca ouviu dizer “coloque plantas de crescimento rápido?”. Menos nutrientes disponíveis na coluna d’água e as algas tendem a ficar sob controle. Lentilhas d’água adoram isto.

Aquário com Plantas

Exemplo de Aquário com Plantas.

 

Plantas Saudáveis para vocês!

Eu costumo comparar a chegada das T5 com a dos CDs na época em que eram mais populares os discos de vinil... Toda tecnologia inicialmente é cara, e essa é logo de cara a desvantagem de uma T5 em relação aos modelos T8 e T10.

Quais as vantagens das T5?

  • Maior índice de reprodução de cores (IRC), na faixa de 80-100, quanto mais próximo de 100 maior será a semelhança com a luz do sol (a luz emitida +/- no horário do meio dia) e mais real e equilibrada será a gama de cores das plantas do aquário. 

Na figura acima o menor IRC é exibido na foto à esquerda, à direita a luz de uma lâmpada de alto IRC dá à mostra as cores reais das frutas.

  • Maior vida útil para a maioria dos modelos (geralmente são modelos trifósforos) na faixa das 16000, 18000 e 20000 horas. Algumas T5 de potências abaixo dos 14W têm somente 3000 - 5000 horas, são as utilizadas em luminárias de emergência (não são trifósforo). A depreciação luminosa fica entre 10 e 20% contra os 30% (ou mais) das lâmpadas antigas. 

 

 

  • Maior relação Lúmen/watt, por exemplo: Uma fluorescente compacta de 26W emite cerca de 1350 lúmens, uma T5 de 14W também... uma T8 de 30W Aquastar emite cerca de 1700 lúmens, uma T5 de 24W também (ou até mais)... 
  
  • Tubos mais finos permitem maior concentração de lâmpadas numa luminária. Se forem utilizados refletores curvos e individuais (um por lâmpada) a eficiência será ainda maior (ver figura abaixo). 
  • Utilizam reatores eletrônicos específicos de alto desempenho e vida útil, alguns modelos podem ser dimerizáveis (você pode variar a intensidade luminosa manualmente ou eletronicamente).

Existem muitos modelos luz-do-dia (Osram, Philips, Avant, etc.) com 3000K e 4000K (as mais vendidas nas lojas de materiais elétricos), as com 5000K, 6500K e 8000K (mais difíceis de achar) e os modelos específicos para aquários (Arcadia, Gieseman, Hagen, Aquascience, etc.), sendo os últimos ainda muito caros, às vezes até mais caros que uma HQI, mas a vantagem em cima da HQI fica por conta da facilidade de instalação numa luminária, menor aquecimento e da maior distribuição de luz.

O problema maior atualmente é encontrar os reatores para essas lâmpadas (especialmente as de 21, 24, 39, 54 e 80W), as lojas não se atualizam com rapidez e a maioria adquire somente os modelos mais comuns (14W e 28W) e de menor desempenho. Coisa que deve ir mudando com o tempo... 

Escrito por Marcos Bonfim
Imagens retiradas dos Guias do Consumidor Philips e Osram

Nada mais relaxante que chegar do trabalho, da aula ou de ambos e sentar em frente ao aquário, não é? E se ele está cheio de vida, o prazer aumenta, certo?

Mas para mantê-lo assim temos que controlar as luzes, trocar água, injetar CO2 e nutrientes, sifonar o fundo (e beber um pouco d´água por acidente!), etc. Isso toma um tempo que seria melhor aproveitado em outras coisas, como apreciar o aquário.

O substrato em um aquário plantado é de vital importância para o sucesso destas montagens. É responsável pela fixação e nutrição das plantas. Plantas aquáticas podem absorver nutrientes pelas folhas, mas para muitas a absorção pela raiz é preferêncial, principalmente para aquele grupo de plantas chamadas de anfíbias, aquelas que podem viver tempos completamente submersas como completamente emersas (adaptaram-se aos períodos de seca e cheia na natureza). Esse grupo de plantas é o mais extenso em uso no aquarismo, portanto a ausência de um substrato fértil neste aquário não proporcionará vida plena a estas plantas, o que leva ao insucesso da montagem como um todo.

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