As espécies do gênero barbus, puntius e capoeta fazem parte da grande família dos Ciprinídeos, sendo assim parentes das carpas, kinguios, danios e rásboras. Os barbos, como chamaremos aqui, são peixes bastante comuns nos aquários e no mercado mundial de peixes ornamentais, e impressiona a variedade de cores, formas e tamanhos com que se apresentam. Seu meio natural engloba muitos riachos, rios e lagos de regiões asiáticas, como a Índia, Malásia, Indonésia e Tailândia, bem como pela Europa. O nome barbus provavelmente vem dos pequenos barbilhos que os peixes dessa espécie possuem próximo da boca. Vivem em cardumes, em meio à vegetação aquática, e em profundidades variáveis. Seu tamanho pode variar desde o pequeno barbo cereja, de 4 cm no máximo, até o gigante Leptobarbus Hoevenii, de 100cm. O que chama a atenção na espécie Barbus é sua resistência e constante atividade no tanque. Estão sempre procurando comida e podem perseguir outros peixes, mesmo maiores que eles. Os barbos preferem águas tropicais, com temperaturas entre 20 e 30 graus, águas limpas com boa oxigenação e filtragem. Na natureza, os barbos de pequeno porte vivem em águas rasas em riachos de movimento lento. Quando em aquário, é aconselhável mante-los com plantas naturais como elódeas, cabombas, valisnérias, e outras. Mas é importante ainda deixar espaço para eles nadarem. O fundo de cascalho é uma boa opção para os barbos. O pH ideal para eles varia segundo as espécies, mas a faixa é entre 6.0 e 7.5, e são menos exigentes que os tetras, quando o assunto é água. Claro que preferem boa água, clara e filtrada. Mas o que me fez escrever aqui é a escolha entre espécies disponíveis no Brasil, em seus aspectos positivos e negativos, e compartilhar alguns dados sobre as espécies que ainda não chegaram por aqui (ou que são raras de achar).

Puntius sachsiiSem medo de errar, entre os barbos mais comuns vendidos nas lojas estão o Barbo Ouro e o Barbo Sumatrano ou Tigre. O primeiro é muito tranqüilo, convive bem com quase todo tipo de peixe de seu porte, adora ficar entre plantas e pedras, mas não é tão fácil de reproduzir em cativeiro (sua dificuldade reprodutiva em aquário, segundo os manuais, é média). Não cresce muito, atingindo até 7-8 cm no máximo, e o melhor é ter um grupo de uns 6 deles. Esse peixe foi desenvolvido artificialmente nos EUA, nos anos 60, por Thomas Schubert, que realizou uma seleção genética a partir de uma espécie selvagem de barbo chinês que ainda vive na bacia do Rio Vermelho. O trabalho deu certo, pois o Barbo Ouro caiu na graça de todos, e é hoje um dos peixes mais vendidos no meio do aquarismo.

Puntius tetrazonaO barbo Sumatrano, por sua vez, não é chamado de “tigre” à toa, pois afora os traços escuros verticais que traz no corpo, não é um peixe dos mais tranqüilos de manter em um tanque. Quando em grupo, trabalham como pequenas “piranhas”, afugentando uns, perseguindo outros, mordiscando espécies véus como kinguios ou tetras pretos, embora não possamos negar que sua beleza e movimentação encham o ambiente do aquário. Na verdade, ele é mais agitado que violento, e existe nas variedades verde e albina, conseguidas artificialmente pelos criadores profissionais. Alcançam 8cm em um grande aquário, e sua reprodução, pelas exigências de água e alimentação, não é das mais fáceis, embora possível. O melhor para eles é um aquário plantado, e com peixes rápidos como eles, por exemplo tetras e outros barbos.

Outro barbo agitado e um tanto agressivo, mas não menos bonito, também disponível nas lojas, é o Barbo Arúlio. Tem um corpo menos achatado que os sumatranos, de comportamento e cores bem parecidos com as dos seus primos, embora cresçam mais, chegando até uns 15cm em tanques amplos. Quanto mais crescem, mais forte ficam suas cores, e mais aparece a sua comprida nadadeira dorsal. Sua reprodução em aquários caseiros é considerada média, pois precisam de tanques de pelo menos 150L. Ambos os barbos sumatrano e arúlio são indicados para aquários de peixes rápidos.

Puntius conchoniusJá o Barbo Conchônio, também bastante comum em nossas lojas, já se tornou uma excelente escolha para aquários comunitários, por sua beleza e por ser bem pacífico com outras espécies. Suas cores de tons esverdeado, prateado, alaranjado ou vermelho são dignas de causar admiração em qualquer aquário. É característico neles o ponto preto perto da cauda, nos dois sexos. Crescem até 15 cm, mas os machos são menores que as fêmeas, e possuem nadadeiras laranjadas com corpo avermelhado. As fêmeas são maiores, têm as nadadeiras transparentes e são mais prateadas. Existem na versão véu, e sua reprodução é considerada média, em aquários.

Vejamos outros barbos disponíveis no Brasil: o barbo Odessa, muito parecido com os conchônios, mas possuem dois pontos pretos em seu dorso, também fáceis de criar. Atingem 7 cm em aquários de pelo menos 80L.

O barbo Palhaço (puntius everetti), que lembra o Arúlio na forma, mas difere nas pintas do dorso (daí seu nome “palhaço”), e chega ao mesmo tamanho, 15cm em um tanque de pelo menos 100L. As características de criação e reprodução são as mesmas de seus primos pequenos, como o Conchônio e Sumatrano.

Puntius titteyaO Barbo Titéia ou Cereja é uma jóia de peixe. Oriundo da distante ilha do Sri Lanka no sul da Índia, é um dos menores barbos existentes (4-5cm) mas é de notável poder ornamental, principalmente os machos avermelhados. Eles darão grande vida a um aquário plantado, mesmo sabendo que são peixes um tanto tímidos. Seu tanque não precisa ser muito grande, de 40 ou 50L está bem. Quando em grupos de dez ou mais, a timidez diminui a ponto de não ser notada. Pacíficos e fáceis de manter, sua reprodução também é considerada média, para aquários caseiros. É um dos barbos mais caros do mercado, sobretudo na sua versão albina (a unidade por R$: 8,00 em algumas lojas).

O barbo gema (Puntius sachsi), variação próxima do Barbo Ouro (sem as pintas pretas do dorso) também é vendido nas lojas. Quanto mais saudável e adaptado, mais amarelo fica. Não cresce tanto (8cm), pacífico, precisa de espaço para nadar, em um tanque de pelo menos 100L, plantado e de boa água. Reproduz em cativeiro, mas a dificuldade é média.

Barbonymus schwanenfeldiiO maior barbo vendido nas lojas brasileiras de aquário é o Barbo Schwanenfeldi. Comprado em tamanho pequeno, pode dar um susto em criadores desavisados, que não sabem o tamanho que essas criaturas atingem: 35 a 40 cm. Por isso, o tanque mínimo indicado no Site Seriously Fish para ele deve ter as dimensões 210cm x 60cm x 60cm, com 793L, o que poucos aquaristas podem dispor em um apartamento, por exemplo.
Gostaria de falar agora de três ou quatro barbos que ainda não chegaram no Brasil, ou porque não sejam peixes ornamentais para aquário, ou porque nenhum lojista nem criador teve a feliz idéia de traze-los para nosso país.

Entre os barbos de pequeno porte que não vemos nas lojas, está o Puntius Lineatus. É um tipo de barbo com listras pretas horizontais, e não verticais como a maioria de sua espécie. São provenientes do sudoeste asiático, crescem até 6cm em média. É um peixe bem pacífico, e precisaria de um aquário de 80 L, bem plantado e oxigenado, para viver confortavelmente. É um dos poucos barbos que na natureza vive mais em águas paradas, em alagadiços e canais pantanosos cheios de plantas aquáticas e hidrófilas, de águas claras ou escuras.

Puntius denisoniiOutro barbo que mereceria estar no Brasil era o Puntius Denisonii, um peixe de rara beleza, que não cresce tanto (15cm). Herbívoro, na natureza é visto em pequenos riachos de águas calmas e em lagos rochosos com muita vegetação interior. Sua extração na natureza é feita na Índia, e é exportado para os EUA aos milhares. Triste é saber que está prestes a entrar em extinção, pois sua reprodução em cativeiro é muito limitada. O que destacamos nesse peixe é a faixa vermelha escura que começa na cabeça, na altura dos olhos e chega até seu dorso, tendo embaixo uma listra preta longitudinal, e o corpo amarelado, na forma de torpedo. Na cauda, destacam-se as faixas amarelas e pretas, nas duas pontas.

Falemos, por fim, dos grandes barbos que não chegaram ao Brasil. O Leptobarbus Hoevenii, grande peixe de rio do sudoeste asiático, é mais utilizado para alimentação e pesca esportiva, e alcança um metro de tamanho. É um peixe migratório em sua região de origem, e sua reprodução nunca foi vista em cativeiro. É criado em aquários dos Estados Unidos, onde é chamado Mad Barb, Sultan Barb ou Cigar Shark, pelo formato de seu corpo, que lembra o de uma carpa capim, e pelo jeito assustado com que nada. Como grande saltador, seu tanque deve ser bem tampado. Um aquário mínimo para essa espécie “jumbo” deve ter 250cm x 70cm x 60cm, volume de 1050L.
Também podemos citar o barbus barbus, conhecido como barbo comum, peixe de grande porte de corpo alongado e com escamas. Vive em rios e riachos da Ásia, mas está também na Europa. Já tem sido visto em tamanhos entre 40 e 60 cm. É um peixe comestível, mas seu sabor não é tão apetitoso. Vive em cardumes e prefere águas de fluxo lento e profundas. Não tem sido visto em aquários.

O belíssimo Barbo de Java (Barbonymus gonionotus) é um peixe vegetariano das regiões asiáticas, mais presente (infelizmente) nos mercados e restaurantes da Tailândia, Indonésia e Vietnam do que em viveiros e aquários do mundo. Mas pode ser visto em lojas de aquarismo em sua região de origem. Chega a atingir até 60 cm de tamanho e 10 kg, e lembra bastante uma carpa prateada comum ou barbo Schwanenfeldi sem as nadadeiras alaranjadas. Como peixe migratório (na época das chuvas, procura os canais dos rios), sua reprodução em cativeiro é feita apenas com uso de hormônios.

Cito ainda o barbo Hampala (Hampala macrolepidotus), outro barbo gigante de cardume dos rios asiático (Mekong, Chao Phraya), que come peixes menores e invertebrados aquáticos, além de insetos que caem na água. Sua importância econômica é para alimentação, não aquarismo (já que atingem 70 cm de tamanho). Sua maturidade sexual é constatada quando estão com 18 cm, e diz-se que reproduzem na época das chuvas. São pescados em geral com 30-35 cm. Quando jovens, possuem uma única listra preta no meio do dorso, que vai sumindo na medida em que crescem. Não é preciso dizer que esses grandes barbos deveriam ser criados em grandes viveiros ou lagos, mas sua reprodução dificilmente ocorreria aí de modo natural, já que são peixes migratórios.

Puntius lateristrigaPor último, vale citar um grande barbo de aquário que merecia maior difusão em tanques do Brasil, apesar de já haver relatos que esse barbo exista por aqui: o Barbo T ou Barbus Lateristriga, que chega a 18cm. Sua maior característica é a forma de sua mancha no dorso, um T de cor preta. Outra coisa positiva nessa espécie é sua resistência em cativeiro. Na natureza, vive nos rios e riachos rochosos na penísula malaia, Singapura e Bórneo. É pacífico, mas quando grande, pode caçar alevinos de outros peixes. O ruim é a falta de informação sobre sua reprodução, nada diferente da maioria dos barbos, de espalhar os ovos e a fecundação ser externa. Não guarda os ovos nem alevinos.Seu aquário deve ter pelo menos 400L, e deve conter pedras.

Os pequenos barbos reproduzem sem problema em aquários e tanques caseiros de água parada, embora a movimentação da água pela bomba do filtro ajude em sua saúde e procriação.

O Betta, também conhecido como “peixe de briga” leva o nome científico de Betta splendens.

É um peixe originário do Sudeste Asiático (Indochina) e quando selvagem tem uma cor puxada para o castanho. Os exemplares encontrados em lojas de aquariofilia possuem uma coloração bem variada devido à seleção artificial feita pelo homem.

Na natureza geralmente são encontrados em campos de arrozais, mas também é possível encontrá-los em pequenos lagos e regatos.

O Betta possui órgãos chamados de labirintos, graças a isso ele é capaz de respirar o ar atmosférico, ou seja, o mesmo pode subir a superfície da água e coletar oxigênio, sendo assim, pode sobreviver em águas pobres de oxigênio o que infelizmente alimenta o mito que esta espécie pode viver em copos de água ou pequenos recipientes sem os mínimos cuidados.

Bettas possuem quatro nadadeiras, Anal, Pélvica, Dorsal e Caudal. Devido às nadadeiras, são classificados como:
Cauda curta, cauda meia lua, cauda dupla, cauda delta, cauda super delta, cauda de véu e cauda de coroa.

Falaremos agora algumas maneiras de se obter sucesso na procriação desta espécie...

Em primeiro lugar, devemos falar que o aquário para reprodução, não deve ser o principal onde os Bettas são mantidos, para tal, precisaremos de um aquário maternidade.


Material necessário para reprodução:

- Aquário maternidade de no mínimo 20l
- Planta (preferencialmente musgo de Java)
- Garrafa pet 2 litros ou mais e que seja transparente
- Luminária com lâmpada de 20 w fluorescente 
- Aerador com pedra porosa e regulador de ar
- Papel preto (color set)
- Aquecedor com termostato
- Termômetro
- Aquários menores para separação dos alevinos
- Espelho ou outro macho que não o reprodutor

 

Comprando os peixes

Quando for comprar o casal escolha o macho que se mostrar agressivo e também mais ativo. Na hora da compra dos peixes, é também natural comprarmos a comida, aproveite e ofereça um pouco da ração para o macho escolhido, o mesmo, deve responder prontamente no momento em que a ração foi oferecida, peixes que tem este comportamento geralmente são mais saudáveis e conseqüentemente é mais apropriado para obter sucesso com a reprodução.
Obs. Não compre aquelas rações de bolinhas, Bettas tem a tendência a sofrerem de sérios problemas digestivos. Uma ração muito boa, é a Tetra BettaMin pois é de fácil digestão.

Para a fêmea, as recomendações são as mesmas do macho, porém, a fêmea deve ser menor. No momento em que a fêmea for “soltar” os ovos, o macho vai dar-lhe um “abraço”, então, a fêmea sendo menor vai facilitar nesta etapa...


Agressividade do macho nas semanas anteriores ao acasalamento

Um Betta agressivo é característica de um peixe saudável, na natureza este é um comportamento natural do Betta e deve ser explorado em cativeiro, principalmente antes do acasalamento.

Para tal, pode-se usar outro macho ou simplesmente um espelho...

Todos os dias coloque outro macho ao lado do aquário (nunca solto dentro do aquário) em que está o escolhido para reprodução, deixe-o por uns dois minutos e retire-o. Repita este processo umas seis vezes ao dia.
Caso não tenha outro macho, pode-se usar apenas um espelho, coloque o mesmo dentro do aquário e deixe pelo mesmo tempo e repita a mesma quantidade de vezes por dia este processo.

Muitas pessoas colocam uma fêmea perto do aquário mais ou menos três vezes por semana para estimular o macho a formar o ninho, se optar por fazer este processo, no dia em que colocar à fêmea não é necessário utilizar outro macho nem o espelho.

Repita o processo durante as três semanas anteriores ao acasalamento.

Beta (Betta splendens)

Alimentação nas semanas anteriores ao acasalamento

Uma alimentação rica em proteínas semanas antes do acasalamento é fundamental para deixar o macho “forte”. Durante os cuidados com os alevinos, o macho não vai se alimentar e costuma emagrecer bastante, a relatos de alguns peixes que chegaram a morrer durante os cuidados com os alevinos...

Assim como a agressividade, três semanas antes do acasalamento deve-se aumentar o número de vezes em que irá alimentar o peixe, ofereça artêmias salinas, enquitréias, Blodworms e de três em três dias ofereça coração de boi raspado (não se esqueça de limpar antes de oferecer).

Os alimentos citados não devem ser oferecidos todos no mesmo dia, faça um cardápio, para cada dia da semana ofereça um dos alimentos sempre ministrando com Tetra BettaMin que deve ser a ração principal.


Preparando o aquário para o acasalamento

O aquário para reprodução deve ser “pelado”, ou seja, não deve conter enfeites, substrato, filtro, etc.

Geralmente, os aquários têm uma placa de isopor colado na base, retire este isopor e coloque o papel color set preto, após, recoloque o isopor.
O papel preto serve para ajudar o macho a enxergar os ovos que serão expelidos pela fêmea até o fundo do aquário. O macho vai catar um por um e colocar nas bolhas do ninho.

Se possível, coloque o aquário em um lugar onde não haja movimentação e nem luz solar.

Hora de colocar o Musgo de Java, este é muito importante, pois vai sustentar o ninho formado pelo macho. Ele deve ficar preso a lateral do aquário, pode-se usar uma fita adesiva para prender a planta.

É chegada à hora de encher o aquário, coloque apenas 8 cm de água. pH neutro.
Após encher o aquário com a quantidade recomendada, coloque o aquecedor com termostato, o mesmo deve ficar ligado o tempo todo, pois a temperatura precisa se manter constante, regule para ficar na casa dos 26º. É valido também, colocar um termômetro para acompanhar a temperatura em caso de uma possível “pane” do termostato.

Com a temperatura estabilizada e o aquário preparado, pode-se ligar a luz, esta deve ficar ligada durante todo o processo de acasalamento. É interessante deixar o aquário tampado (tampas de vidro) para manter o calor.

Abraço Nupcial do Betta splendensColocando o casal no aquário maternidade

Para colocar a fêmea, primeiro precisamos preparar o local onde a mesma irá se manter até ser solta definitivamente com o macho.

Corte a parte de cima da garrafa pet deixando-a com aproximadamente 12 cm de altura e coloque-a bem no meio do aquário, encha a garrafa com água de modo que o nível fique menor que o do aquário, pois o macho precisa enxergar a fêmea também por baixo dele, uns 6 cm de água já está ótimo. A fêmea vai se manter neste recipiente até o momento certo para ser solta.
Após tudo preparado, coloque a fêmea dentro da garrafa e logo depois, coloque o macho dentro do aquário.
Neste estagio é importante que não haja barulhos e movimentação próximos ao aquário. Nas 24hrs decorrentes a tendência é que o macho já tenha feito o ninho e a fêmea apresente listas verticais em seu corpo e esteja bem gorda.

Com o ninho preparado é chegado o momento de soltar a fêmea no aquário junto com o macho. Neste momento é muito importante ficar atento, pois o macho vai nadar desesperadamente atrás da fêmea para fazer com que ela fique na parte de baixo do ninho formado por ele, se notar que o macho está machucando-a demais, retire-a e tente o processo algum tempo depois.

Quando a fêmea ficar parada na parte de baixo do ninho o acasalamento deve acontecer. O macho costuma dar o “abraço” na fêmea na madrugada ou nas primeiras horas da manhã. O “abraço” é dado para ajudar a fêmea a “soltar” os ovos que prontamente serão fertilizados pelo macho. Todos os ovos ficarão no fundo do aquário e o macho irá recolher um por um e vai depositá-los em cada uma das bolhas do ninho.

Enquanto o macho se distrai fazendo isso, quando quase não restar mais ovos no fundo, retire a fêmea com muito cuidado para não desfazer o ninho. Se deixar a fêmea junto no aquário o macho vai espancá-la até a morte para proteger os ovos.

O macho vai cuidar muito bem do ninho sempre “abanando-o” para fazer com que haja bastante oxigenação e para evitar algum tipo de fungo.

Os ovos eclodirão em até 48hrs e os alevinos ficarão presos ali durante os próximos cinco dias e se alimentarão do saco vitelino. Chegará o momento em que os alevinos começarão a nadar na horizontal e quando isto acontecer o macho deve ser retirado imediatamente do aquário, se isso não for feito o macho pode devorar todos os alevinos.

Tanto a fêmea quanto o macho após serem retirados do aquário maternidade, devem receber algum alimento vivo, enquitréias são uma boa pedida.


Cuidando dos alevinos

Após a retirada do macho é chegada a hora de voltar toda a atenção aos alevinos.
Ligue o aerador de forma que fique bem fraco.

As TPAs devem ser feitas no máximo de três em três dias, para fazer este procedimento, utilize aquelas mangueirinhas de silicone vendidas em lojas de aquariofilia, tome cuidado para não sugar nenhum dos alevinos.

No quinto dia após o nascimento, comece a oferecer infusórios para os pequenos, à receita é simples de fazer e será descrita abaixo.

Pegue folhas de batata ou banana, coloque em um pote com água e deixe por quatro dias em lugar onde “bata” luz do sol, passado os quatro dias os infusórios já terão se formado na água.
Para alimentar os alevinos com infusórios, pode-se utilizar um conta gotas, sete gotas já é o suficiente.
A partir do oitavo dia de vida, comece a oferecer também artêmias salinas recém eclodidas, alimentá-los umas seis vezes por dia já é o bastante.

Com duas semanas, vá oferecendo ração própria para alevinos, nunca deixando de oferecer alimentos vivos. Nesta etapa, faça TPAs diárias de 30% sifonando o fundo do aquário para retirar toda matéria orgânica.

Chegando o primeiro mês, os alevinos já podem comer ração para adultos, porém, ofereça a ração bem esfarelada, pois ao contrário os mesmos não irão conseguir comer por não caber em suas pequenas bocas. Comece a oferecer também enquitréias.
Aumente a TPA para 40% e comece a subir o nível de água do aquário 2 cm por dia até encher por completo.

Com mais ou menos dois meses e meio a diferença entre machos e fêmeas começará a aparecer. O macho geralmente apresenta a cauda maior que a fêmea e se apresenta mais agressivo. Às vezes pode acontecer de haver confusão na separação dos alevinos, não se preocupe, passado mais alguns dias você logo vai notar a diferença.

Para encerrar, separe os alevinos lembrando que os machos devem ficar em aquários sozinhos e as fêmeas podem ficar no mesmo aquário.

Integrante mais colorido do gênero Botia, esse peixe atrai a atenção em qualquer aquário que habita, devido ao contraste formado pela listras verticais que possui no corpo e o avermelhado das nadadeiras, o que lhe rendeu o apelido de "Coridora de Luxo", apesar das bótias e coridoras nem fazerem parte da mesma família. Ao contrário das outras bótias, a Botia macracantha demonstra-se bastante ativa quando está em grupo, o que torna imprescindível ter no mínimo três indivíduos desse peixe no aquário, caso contrário se mostra um peixe tímido e assustadiço que passa o dia entocado, talvez devido ao fato de, na natureza, o peixe ser encontrado sempre em cardumes.

 Originário da Tailândia, Malásia e Java, trata-se de um peixe pacífico, que costuma atingir por volta de 15 cm em aquários, e 30 cm na natureza, por isso, o aquário para a Bótia Palhaço deve ter no mínimo 200L, além disso, plantas e troncos criando refúgios serão muito apreciados, um pH entre 6,7 e 7,2 e a temperatura entre 24 e 28ºC. Enquanto pequena não causa maiores danos às planats, então pode habitar um aquário plantado sem problemas sendo até útil, pois sua boca prolongada, permite que a bótia encontre os restos de rações que se escondem entre as folhas, nos lugares de difícil acesso.

A alimentação deve ser contituída de ração em flocos, caramujos, artêmia salina, dáfnias, tubifex, etc. Apesar de ser uma predadora de caramujos, o aquarista deve ter em mente que se houverem outros alimentos em abundância, ela perderá parte do interesse por eles.

 Ao manusear o aquário, tome cuidado com os espinhos que se situam logo abaixo dos olhos da Bótia, apesar de serem imperceptíveis a um olhar desavisado, são uma arma contra predadores e que podem ferir as mãos do aquaristas. Uma curiosidade da Bótia é que ao dormir, o peixe quase deita-se ao fundo do aquário, o que pode assustar quem não conhece esse seu comportamento, passando a impressão de que o peixe está morto ou doente.

Técnicas de reprodução são praticamente desconhecidas em aquários, já que não há dimorfismo sexual, além do que, acredita-se que esse peixe raramente atinja a maturidade sexual em aquários, daí o motivo da falta de sucesso na reprodução. 

Fotografia: Luciano Takahashi

 

Nome científico: Botia macracantha
Origem: Tailândia, Malásia e Java.
pH: 6,7 a 7,2
Temperatura: 26ºC
Dureza: 8 DH
Tamanho adulto: 30cm
Tamanho do aquário: 200L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

Pense grande. Nas lojas, quando olhamos estes peixes com 5 ou 6 cm, já os imaginamos (levamos 3 ou 4?) em um aquário de 40 litros (que exagero!). Pense que eles são bebês, em torno de 6 meses de idade. Pense que estes bebês fofos se transformarão em adultos obesos. Pense em, no mínimo, 20 cm e uma década de vida.
Um parâmetro que considero confortável: 100 litros para o primeiro kinguio e 40 litros a mais para cada kinguio subseqüente. Lembre que eles não necessitam apenas caber no aquário, mas nadar nele. Priorize sempre o comprimento. #1

Kinguio Telescópio: capacidade visual reduzidaQuanto mais, melhor. Isto é o que devemos ter em mente com relação à filtragem. Prefira canister ou sump, muito espaço para mídias. Um ou mesmo dois filtros hang on, por melhores que sejam (e eu os considero bons) não dão conta de um aquário de kinguios. Invista de boa vontade neste item e poupe-se de problemas futuros.

Peixe de água fria. Então não precisa de aquecedor com termostato! Precisa sim. É importante evitar variações bruscas e acentuadas de temperatura. Isto pode ser o gatilho para determinadas doenças. Com relação ao intervalo de conforto, a citação usual é de 18 a 22oC Particularmente, elevo este intervalo em 2oC, 20 a 24oC.
Temperaturas baixas desaceleram o metabolismo e o peixe fica em um estado letárgico, normalmente parado no fundo do aquário. Temperaturas altas aceleram o metabolismo, deixando-os mais agitados e esfomeados também. Outra coisa: quanto mais alta a temperatura, menor a quantidade de oxigênio dissolvido na água, o que não é bom para kinguios. #2

Companheiros da mesma espécie. Bom atentar para alguns detalhes. Kinguios de corpo alongado (como o comum e o cometa) possuem nado mais ágil e tamanho maior que kinguios de corpo ovóide. Telescópios têm capacidade visual reduzida, então observe se eles estão se alimentando bem. E na decoração evite ornamentos com pontas agudas. Sempre há a possibilidade de olhos feridos, bolhas estouradas e perda de algumas escamas.

Companheiros de outras espécies. A melhor orientação sobre este item é a seguinte: vão aos fóruns. Leiam todos os tópicos que encontrarem sobre kinguios convivendo com outros peixes. Atendo-se apenas à fichas técnicas encontramos várias espécies que vivem em parâmetros de água similares aos kinguios, com comportamento pacífico e indicadas para comunitários, mas é no fórum que aprendemos que comedores de algas grudam nos kinguios para se alimentarem do muco que eles produzem, ou que colisas costumam mordiscar suas caudas até ocasionar estragos consideráveis. Observe a experiência de outros aquaristas e façam suas escolhas.

Cardápio. Algumas informações básicas. Kinguios são onívoros, alimentam-se tanto de proteína animal quanto vegetal, mas basicamente são vegetarianos. Seu sistema digestivo é simplificado, não possuem estômago. Em função disto a assimilação de alimentos é reduzida e a quantidade de excrementos aumentada.
Ofereça à eles rações específicas para a espécie, preferencialmente aquelas que afundam. Variem o cardápio. Ervilhas in natura cozidas, sem casca, em metades ou pedaços menores, conforme o tamanho dos kinguios; brócolis e couve-flor também cozidos; espinafre amolecido no microondas ou água quente; plantas flutuantes como lentilha d’água e salvínia; estas são algumas opções. Atenção aos alimentos vivos: kinguios não digerem gorduras, acumulando-as no organismo. Informem-se sobre o teor de gordura do alimento oferecido. #3

Kinguios e plantasPlantas. É possível? Sim. É fácil? Não. Mas considero-as fundamentais, simplesmente porque melhoram a qualidade da água em que nossos peixes vivem. Tenham em mente que para um kinguio planta é sinônimo de refeição. E certamente eles verificarão se é possível comê-la. Respire fundo e aguarde por folhas mordidas, picotadas, caules cortados, plantas desenterradas, e nem sempre a planta que “dá certo” em um aquário sobrevive em outro. Já vi um aquário de kinguios cheio de elódeas lindas e enormes. No meu, esta planta é café da manhã, almoço e jantar.
Basicamente tudo se resume a tentativa-erro-persistência, mas vale a pena. Possibilidades: rabo-de-raposa, anúbias, higrófilas, musgo-de-java, acórum, samambaia-de-java.

Veias vermelhas, caudas se desmanchando, olhos nublados, entre outras coisas. Que remédio aplico? O melhor de todos eles: água boa. De maneira muito simples, quando a água é ruim, com índices altos de amônia e/ou nitritos, ou mesmo nitratos que causam malefício menor, a imunidade dos peixes cai. Esta imunodepressão abre as portas para diversas doenças oportunistas, que não acometeriam os peixes se a qualidade da água fosse boa.
Causas da má qualidade da água: superpopulação, alimentação exagerada ou com rações de baixa qualidade, filtragem sub-dimensionada, sifonagem mal feita, muito tempo entre uma e outra troca parcial de água.
Situação muito comum é transferir um kinguio com algum destes sintomas para um aquário-hospital e tratá-lo com medicamento adequado. Então ele se recupera e é recolocado no aquário principal. Se a qualidade da água é ruim, em pouco tempo o peixe estará novamente doente, e volta-se ao ciclo hospital-tratamento-melhora-aquário principal-recaída... Água boa e adequada para a fauna que se tem é essencial para peixes sadios. #4


Vesícula gasosa. Anteriormente chamada bexiga natatória, é o órgão responsável pela manutenção do equilíbrio do peixe. Quando a vesícula gasosa não funciona adequadamente, há dificuldade na manutenção da flutuabilidade e equilíbrio durante a natação. Causas muito comuns deste problema são a má qualidade da água e alimentação exclusivamente seca.
Resolve-se como? Água boa, cardápio variado (ervilha é muito recomendada) e outra forma de oferecer ração. Em lugar de simplesmente jogá-la no aquário deixe-a um ou dois minutinhos de molho em um recipiente com a própria água do aquário. Cuidados simples que resolvem boa parte dos casos. #5


Bons aquários e kinguios saudáveis para vocês!

 

Leituras recomendadas:

#1 Aquaflux - Kinguios

#2 Elgoldfish - La temperatura del acuario

#3 NaturePlanet - Alimentação e Nutrição de Peixes

#4 Aquarismo de Verdade - Doenças Bacterianas em Peixes Onamentais e a importância do Manejo da Qualidade da Água

#5 Elgoldfish.com - La Vejiga Natatoria

Quando comecei a vasculhar fóruns atrás de informação (isto depois de ler muitos artigos) fiquei com duas impressões muito fortes. A primeira é que a maioria dos aquaristas já passou pelos kinguios. A segunda é que 90% deles passaram os kinguios adiante.
Faço parte dos 10% que resolveu mantê-los. Cometi todos os erros que um recém-chegado a este mundo de vidro e água pode cometer e garanto que meu primeiro kinguio (uma fêmea) só não morreu sob meus “cuidados” por ser um peixe muito resistente.
Sendo assim, gostaria de compartilhar algumas coisas simples e básicas sobre estes peixes, aprendidas depois de muita pesquisa, um tanto de observação e uma dose de bom-senso.
Kinguios (Carassius auratus)Para começar, digo o óbvio: kinguios crescem muito e vão precisar de espaço para nadar. Como qualquer peixe. Procurando um referencial, encontramos desde 30 litros para cada peixe adulto, 40 litros, 50 litros, até combinações de litragem conforme o número de peixes.
A referência mais indicada é a que adoto e considero a mais confortável: 100 litros para o primeiro kinguio e 40 litros a mais para cada novo kinguio colocado no aquário. Parece muito, mas imagine que estes peixes quando adultos vão atingir um tamanho médio de 20cm (kinguios com corpo ovóide) a 30cm (kinguios com corpo alongado). É um cálculo com razoável margem de segurança, principalmente se surgir um peixe de última hora. Ah, sim: se estiverem em lago, a tendência é que cresçam mais ainda.

Item dois: é habitual dizer (tanto em artigos como em fóruns) que “kinguios são sujões”, “kinguios são porquinhos”, os “porquinhos do aquário”. Verdade. Só complementando: são sujões porque não possuem estômago, o que faz com que a taxa de absorção dos alimentos seja baixa. E porque as coisas são assim, devemos atentar para dois itens em especial. Um é o uso de rações específicas, uma vez que a taxa de absorção aumenta e a quantidade de excrementos diminui. Ameniza muito a situação. O outro é um excelente sistema de filtragem (mecânica, química e biológica) e sua adequada manutenção.

Três: “kinguios e plantas não combinam”, “em aquário de kinguios, só plantas artificiais”. Sou partidária de que todo aquário deve possuir plantas, já que consomem nitratos e oferecem refúgio aos peixes.
Neste caso, vale a orientação geral: plantas de folhas largas e duras, como as campeãs de indicação, anúbia e samambaia-de-java (Microssorium pteropus). Em meu aquário tenho higrófilas rio e sinemá. O gosto deve ser muito ruim, visto que estão inteiras até agora. Há também as rabo-de-raposa, mas estas os kinguios comem. A grande vantagem é a de ser uma planta barata e de crescimento rápido, além do aquário não ficar um nojo amplo, completo e irrestrito após as refeições.
Kinguios são onívoros, alimentam-se de proteínas vegetais e animais. Mas é bom lembrar que são basicamente vegetarianos, o que significa planta=comida. Uma forma de diminuir os ataques à flora (além de escolher plantas resistentes) é oferecer vegetais como alface, brócolis, espinafre, alga nori, etc. Se tudo falhar, vá de spirulina mesmo. Ervilha (não as enlatadas) é ótima opção.

Quatro: kinguios são peixes de água fria. Mas por favor, não deixe seu aquário sem um aquecedor com termostato. Variações bruscas de temperatura são danosas a quaisquer peixes.

Cinco: com relação a companheiros de aquário, deixo aqui não referências, apenas minha opção. Como não queria apenas kinguios, fui pesquisar peixes compatíveis. Cheguei às seguintes indicações: ottos, corydoras, colisas, tanictis, molinésias e tricoglaster leeri. Parti para as fichas técnicas destes peixes, mas não me informaram o suficiente. O próximo passo foi a leitura nos fóruns, para saber quem tinha estes peixes com kinguios e como era a convivência. Resumo da ópera: fui eliminando um a um, até restar apenas os corydoras. Foi uma excelente escolha.Kinguio (Carassius auratus)

Seis: enfim, quero comentar um comportamento que gosto muito de observar nos kinguios, como eles se “divertem” contornando obstáculos. Qualquer coisa serve: pedras, plantas, galhos, objetos decorativos, até cortina de bolhas. Fazem umas manobras absolutamente desnecessárias que é bonito de olhar. Observo vários aquários sem plantas ou ornamentos, apenas substrato e peixes. Então imagino que colocando ali dois pedaços de cabo de vassoura cruzados em X no meio do aquário, os kinguios já teriam uma diversão. Um obstáculo para contornar. Prático e barato, pena que pavorosamente feio.

Uma última coisa: se a um ano atrás alguém perguntasse se meu kinguio vivia bem, eu diria que sim. Nada no espaço que tem para nadar, come bem a ração que dou para comer, revira o substrato, toma um arzinho na superfície, tem um comportamento normal... Sim, vive bem.
Agora imaginem um kinguio de 8cm vivendo em uma beteira de 5 litros, com uma plantinha artificial, substrato de pedrinhas azuis, comendo uma ração de bolinhas feita só Deus sabe do quê, sem filtro, sem aeração, sem temperatura estável. Esta é a kinguio fêmea que sobreviveu à minha ignorância.

Busquem sempre conhecimento. Pesquisem, questionem, ponderem.
Peixes não conseguem pedir socorro.

Agradecimentos a Senfft e Toninhoc.


Artigos de referência.
Kinguios – Moacir Costa.
http://www.aquaflux.com.br/ler_artigos. ... F453FBFE23
Goldfish y su cuidado – Jennifer Wilkinson
http://elgoldfish.com/articulos/wilkinson2.html
Así que quieres tener plantas acuáticas – Olga Betts
http://elgoldfish.com/articulos/betts1.html

 O Peixe Vidro Indiano ou Chanda ranga é o mais popular entre os peixes vidro, que são caracterizados por possuírem o corpo quase transparente permitindo a visibilidade de seus órgãos internos. Mesmo assim, não é facilmente encontrado em aquários, uma pena, pois é um peixinho que prova não ser necessário um corpo colorido para chamar a atenção.

Adorado pelos aquaristas que preferem peixes exóticos, o Peixe Vidro Indiano é diferente até no desenho de suas nadadeiras, a dorsal é dividida em duas partes, sendo que a mais próxima à cabeça é formada por raios duros e a outra parte possui somente o primeiro raio duro e os demais moles, a caudal também é dividida em dois lóbulos rígidos que se parecem com espinhos.

Talvez um dos maiores motivos em não encontrá-los nos aquários seja a dificuldade em adaptá-los à rações em flocos, o que pode ser conseguido com muita paciência alimentando-o com ração e artêmia ao mesmo tempo, quando o peixe ainda é novo, até que ele passe a aceitar somente a ração. Alimentos vivos serão muito bem aceitos, entre eles, artêmia, dáfnia, tubifex, vermes, etc.

A reprodução em cativeiro, segundo alguns livros, não é muito difícil se o peixe já estiver bem adaptado. Para distinguir o macho da fêmea, observe a borda das nadadeiras dorsal e anal que nos machos é levemente azulada.

Num aquário de aproximadamente 20 litros, separe um casal e forneça somente alimentos vivos, temperatura 28ºC, sem substrato no fundo e muitas plantas de superfície e submersas, cabomba, elódea, rabo de raposa, etc. No momento certo, o macho deve nadar ao lado da fêmea, que depositará os ovos nas plantas, depois de algumas horas o casal deve ser retirado para evitar que devorem os ovos.

A eclosão demora 24h e os filhotes ficarão grudados nas plantas por uns 3 dias, só depois começam a nadar, quando estará na hora de fornecer-lhes a alimentação, eles devem aceitar bem os infusórios e conforme forem crescendo, artêmia, dáfnia e até ração se o aquarista der sorte!

Fotografia: Celso Fernando Paris Jr.

 

Nome científico: Chanda ranga 
Origem: Índia e Tailândia
pH: 7,4 a 7,8
Temperatura: 24ºC
Dureza: 14 dH
Tamanho adulto: 6 cm
Tamanho do aquário: 70 L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

 

 Um peixe de hábito peculiar que chama a atenção de qualquer um que passa em frente a um aquário e o encontra, esse é o Chilodus e sua marca registrada é o fato de nadar sempre com a cabeça voltada para baixo, num âgulo de 45º. O motivo disso não é conhecido, talvez deva-se ao fato de facilitar a sua alimentação, já que possui a boca voltada para cima e se alimenta, principalmente, de algas que se encontram nas pedras.
De origem brasileira, o Chilodus punctatus habita as águas do Rio Amazonas e seus afluentes, onde é encontrado em grupos compostos por vários exemplares, dessa forma, é recomendável mantê-lo em grupos de, no mínimo, cinco peixes da espécie, por aquário, sendo que em alguns casos mostrou-se bastante agressivo ao ser mantido somente com mais um peixe, chegando até a ocorrerem perseguições constantes. Um aquário com bastante plantas, pedras e troncos, será apreciado pelos Chilodus e o peixe passará boa parte do dia à procura de seu alimento preferido, as algas que se instalam nas superfícies desses elementos, à exemplo do que ocorre na natureza.

Um tanque com temperatura em torno de 26ºC e pH ácido, habitado por peixes pacíficos será um bom lar para o Chilodus, que ao se sentir à vontade, vai sempre estar à vista de quem estiver observando o aquário, além de prestar um grande serviço ao aquarista que é o de ajudar no controle das algas.

 O Chilodus é sensível à vários medicamentos utilizados em aquário, entre eles, os que possuem em sua fórmula, o verde de malaquita e o sulfato de cobre, pro isso tome cuidado ao ministrá-los a seus peixes.
A reprodução em cativeiro é raramente alcançada com sucesso, mas o aquarista pode tentar separando um casal num aquário sem substrato, a fêmea desovará no fundo do tanque, os ovos serão imediatamente fertilizados pelo macho, os pais devem ser retirados do tanque ao fim do processo para que não devorem os ovos, a eclosão ocorre em três ou quatro dias. O dimosfismo sexual é possível, o macho costuma ser mais afinalado que a fêmea, que possui o ventre mais ovalado.

A alimentação dos filhotes deve ser feita através de náuplios de artêmia, micro-vermes, infusórios etc, os adultos se alimentam de algas, ração de fundo, artêmia salina, minhocas etc.

Fotografias: Celso Fernando Paris Júnior

 

Nome científico: Chilodus punctatus
Origem: Brasil (Bacia Amazônica)
pH: 6,4 a 6,8
Temperatura: 26ºC
Dureza: 6ºDH
Tamanho adulto: 12cm
Tamanho do aquário: 100L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

As Colisas (Colisa ssp.) são ótimos peixes para se ter num aquário, pois além de serem pacíficas, se dão perfeitamente bem com peixes menores que elas. Muito indicada para iniciantes, por ser resistente e pouco exigente quando a água, as Colisas são peixes obrigatórios nas lojas, onde podem ser encontradas com grande facilidade, principalmente a Colisa Lália (Colisa lalia), mas outras espécies também podem ser encontradas de um tempo pra cá, até com certa freqüência, são elas a Colisa Lália sangue (Colisa lalia var.) e Colisa Cobalto (Colisa lalia var.), com um pouco mais de sorte, podemos encontrar também a Colisa Chuna (Colisa chuna), Colisa Labiosa (Colisa labiosus) e a Colisa Fasciatus (Colisa fasciatus).

Todas elas possuem hábitos e preferências parecidas, sendo que o que as diferencia são as cores e o tamanho que atingem.

A Colisa Lália (ao lado) é a mais colorida de todas. Os machos são encontrados em duas cores, o mais comum é o listrado de vermelho e azul e a outra é a variedade sangue, onde o peixe é quase todo vermelho com alguns detalhes azuis na nadadeira dorsal, já as fêmeas são sempre brancas e desbotadas. Alcançam 6 cm em média.

A Colisa Chuna é considerada por muitos como a mais sensível de todas, raramente ultrapassa os 4,5cm. O macho é vermelho com uma mancha preta que vai da cabeça até a nadadeira anal e a fêmea possui um tom desbotado de amarelo. É raramente encontrada nas lojas.

A Colisa Cobalto (abaixo) tem se tornado cada vez mais popular pela sua cor fascinante, um azul que encanta os olhos de qualquer um.

Ambos os sexos possuem a mesma coloração, sendo a fêmea um pouco desbotada em relação ao macho. Em, exemplares adultos, as nadadeiras dorsal e anal do macho são mais pontiagudas e a da fêmea é mais arredondada. Raramente ultrapassam os 5cm. Muitos aquarista dizem que sua coloração é artificial, que é um peixe "tingido", o que não é verdade, apesar de ser difícil de acreditar.

Temos ainda as Colisas Labiosa e Fasciata que possuem uma certa semelhança com a Lália mas seu colorido não é tão intenso, além de alcançarem maiores proporções, 10 e 12 cm respectivamente.

Como os demais anabantídeos, as Colisas conseguem respirar o ar atmosférico devido à existência de um órgão chamado labirinto, por isso podem habitar águas pouco oxigenadas. A preferência delas é por um aquário densamente plantado, incluindo plantas de superfície, que facilitam a construção do ninho, o que é impossível em água agitadas. Podem se tornar tímidas e assustadas em aquários "pelados". O pH pode variar desde 6,5 a 7,5; mas em um pH levemente ácido desenvolvem uma coloração mais intensa, a temperatura deve estar em torno de 26ºC.

A reprodução é bem parecida com a da maioria dos anabantídeos. Separe o casal num aquário de no mínimo 20L, com uma coluna d'água de uns 12cm , o aquário deve ficar tampado para manter o ar úmido e aumentar a consistência do ninho de bolhas que será construído pelo macho. Plantas são bem vindas principalmente as de superfície. O macho começará a cortejar a fêmea, que com abraços dele, vai liberando os ovos, sendo imediatamente fertilizados pelo companheiro.

Terminada essa etapa, o macho pega os ovos com a boca e os acomoda entre o ninho. Nesse período deve-se retirar a fêmea, pois os filhotes ficarão sobre os cuidados do dedicado pai. Normalmente os ovos eclodem em 24 horas, e passam uns 3 dias ainda no ninho, somente sendo necessário retirar o pai, quando eles começarem a nadar pelo aquário, pois é quando ele começa a devorar a prole. Faça trocas parciais de 20% semanalmente e mantenha um bomba aeradora bem fraca no aquário dos filhotes pois o labirinto só estará formado na sexta semana de vida. Até lá mantenha o aquário fechado e com um certo controle de temperatura. Vá subindo o nível de água a partir dessa semana.

Como alimento para os filhotes, forneça náuplios de artêmia, infusórios e rações especiais pra filhotes de ovíparos. Aos adultos poderá fornecer ração industrializada, alimento vivo, espinafre cozido etc.

Fotografias: Andy Isoft e Marcelo Drummond

 

Nome científico: Colisa ssp.
Origem: Sudeste Asiático
pH: 6,6 a 7,0 
Temperatura: 26ºC
Dureza: 8 dH
Tamanho adulto: 4,5 a 12 cm (dependendo da espécie)
Tamanho do aquário: 60 L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

O Dario dario, chamado também de Badis Escarlate, é um dos menores peixes com apenas cerca de 2cm de comprimento. Encontrado nem Rios da Índia como o Brahamaputra. Habita rios de água clara com densa vegetação marginal e submersa e substrato arenoso. Vive de 4 a 6 anos. Ideal para pequenos tanques. Parecem gostar mais de permanecer no fundo do aquário.

Parâmetros: Vivem em uma faixa de pH mais ampla: 6,5-7,5. Dureza: GH menor que 15DH. Temperatura: 23-27°C.Dario dario

Alimentação: Micropredadores em seu ambiente natural são resistentes quanto a aceitar alimentos industrializados. Por isso é bom mantê-los com Artêmias, vermes de grindal, dáfnias, minhocas, enquitréias. Podem desenvolver obesidade, especialmente quando tratados com bloodworms e/ou tubifex, ficando frágeis e suscetíveis a doenças.

Aquário: De preferência ser bem plantado. Anubias, Cryptocorynes, Musgos e Microsorum são boas pedidas. Troncos e pedras ajudam aos machos demarcarem seu território. Plantas de superfície são bem vindas para fornecerem áreas de sombra. Um aquário com 30 litros pode ser muito bom para acomodar dois machos ou ainda um macho para três fêmeas. Porém, pode ser complicado encontrar exemplares femininos, já que não possuem apelo comercial por ter coloração amarronzada.

Comportamento: Pacíficos e calmos. Os machos marcam território e podem ser um tanto agressivos entre si. Mas não demonstram esse comportamento com outras espécies até pelo tamanho diminuto.

Companheiros: É melhor mantê-los com peixes de semelhante tamanho, como as microrásboras, pequenos caracins e coridoras anãs.

Dimorfismo sexual: Os machos são coloridos. As fêmeas, não.

Reprodução: Quando aptos a reproduzir, o macho se exibe para a fêmea e se ela aceita a corte, irá se dirigir até o território demarcado por ele. Ele a abraça, como fazem os bettas, e os ovos caem no chão. Por isso é bom manter musgo de Java, que pode oferecer um bom esconderijo. Após a desova, a fêmea é expulsa e o macho protege o local. Pode-se remover os ovos do meio para um outro aquário a fim de evitar que outros os comam após eclodirem, incluindo seus pais. Os ovos eclodem dentro de 2 ou 3 dias e os alevinos podem demorar até uma semana para consumir todo o saco vitelino. Infusórios são uma boa fonte de alimento para os pequenos. A dupla vai continuar a gerar a cada 3 a 4 semanas. Por causa disso, os filhotes mais velhos devem ser retirados do tanque para que não comam os novos alevinos.

Fontes:
SeriouslyFish
TFK
UltimateBettas

Hoje em dia determinaram-se à volta de 120 espécies de esponjas de água doce, todas pertencentes à familia dos Spongillidae. Desenvolvem-se sob a forma de uma massa irregular agragada a suportes como pedras, plantas ou madeira.

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O peixe elefante (Gnathonemus petersii) habita córregos africanos, especialmente rios da bacia do Níger. Encontrado em países como o Camarões, Congo, Nigéria e Zâmbia. Além haver uma parte do corpo mais achatada, há uma protuberância na boca, um prolongamento, semelhante á uma tromba de elefante. Trata-se de um prolongamento da boca e órgão sensorial, usado para auto-defesa, navegação e comunicação. Justamente esse aparelho lhe permite navegar nas águas turvas e de fundo lodoso onde é encontrado. É de hábito noturno e pode viver de 6 a 10 anos.

Parâmetros: Apreciam um pH em torno de 6.8 a 7.5, temperatura variando entre 25 e 28°C e dureza média.

Dieta: Não parecem gostar de ração em flocos. Assim, alimentos vivos, Tubifex, bloodworms, larvas são apreciados por esse animal. Minhocas também são opções adequadas.

Comportamento: É um peixe territorial com os de sua espécie, portanto, podem ser ou mantidos sozinhos ou em comunidades. Quando em pares, um será constantemente molestado. Lembrando apenas que se for mantido em grupos, o aquário precisa ser de grandes dimensões e com refúgios e esconderijos para evitar maiores problemas com as brigas. Com outras espécies, são pacíficos. São, contudo, tímidos. Peixes mais rápidos ou agressivos. Estes podem intimidar o peixe elefante e ele não conseguirá competir por alimento.

Aquário: Assim como as bótias gostam de esconder-se, esses peixes também apreciam esconderijos, que podem ser formados por troncos, pedras ou mesmo esconderijos e túneis de PVC, como é comum muitos aquaristas aqui no Brasil montarem. O cascalho não deve conter arestas cortantes para não prejudicar o sensível nariz do Peixe Elefante. Ainda assim, é difícil de manter em aquário, que precisa ser estável e os padrões químicos da água serem compatíveis com seu habitat. Há a necessidade também do aquário ser maior, já podem passar dos 25cm. Portanto, o ideal é um aquário com pelo menos 200L, 100x40x50.

Dimorfismo sexual: Ainda não se sabe diferenciar o macho da fêmea. Acredita-se também que, quando em cativeiro, os machos tendem a inverter a polaridade do campo magnético produzido por seu nariz, e isso confunde os exemplares, que não conseguem distinguir macho de fêmea. Sim, eles são peixes elétricos, mas não possuem o mesmo Poder de um Poraquê, por exemplo. E macho e fêmea são atraídos por esse campo magnético. Enquanto no macho o campo é positivo, na fêmea, negativo. Não há, entretanto, estudos conclusivos sobre a reprodução desses animais.

Reprodução: São ovíparos de fertilização externa. Ainda não se conseguiu realizar a reprodução destes peixes em cativeiro.

 

Fontes

FishProfiles

Mongabay

FishIndex

SeriouslyFish

BadmanTropicalFish

Aqua-Fish

Aquaworld

 Os Cascudos já foram sinônimos de faxineiros, comedores de cocô, peixe anti-estético etc, mas hoje essa imagem mudou totalmente, e os cascudos deixaram de ser a gata borralheira para ser a atração de muitos aquários e os xodós de muitos aquaristas. Tudo isso foi provocado pelo aparecimento cada vez maior de cascudos dos mais variados tipos, desde os atualmente populares Cascudos Pepitas de Ouro até os tão desejados Cascudos Zebras Imperiais.

São peixes que podem conviver com a maioria das espécies, desde os menores até os maiores e mais agressivos, ou você nunca ouviu ninguém falar de quem não agüentava mais ver seu Oscar sozinho no aquário, colocou um cascudo com ele, e ambos tem convivido muito bem, desde então?

Os peixes maiores parecem não se importar com a presença desses peixes, talvez pela sua capacidade de se confundir com o meio, muitas vezes modificando a intensidade de suas cores de acordo com o ambiente.

 Até hoje existe um conceito errado sobre os cascudos, que faz as pessoas os procurarem para combater as algas do aquário, não que eles realmente não se alimentem de algas mas dificilmente conseguirão livrar o aquário delas, já que nem todas as espécies de cascudos são essencialmente herbívoras, além de somente apreciarem algumas espécies de algas, normalmente as que nos causam menos problemas.

Comedor de cocô então, é um dos mitos mais errados que envolvem os cascudos, eles não se alimentam de fezes, e o aquarista não deve achar que somente restos de ração serão suficientes para eles, o peixe apreciará bastante se lhe forem oferecidas pastilhas de spirulina, alimento de peixes de fundo (em forma de pastilhas), rodelas descascadas de pepino e abobrinha, artêmias, minhocas, etc.

Um aquário para cascudos deve possuir bastante tocas para que ele passe o dia já que é um peixe de hábitos noturnos, essas tocas podem ser feitas com pedras e troncos, evitando materiais com pontas cortantes, plantas serão apreciadas a fim de criarem ambientes sombreados, um pH entre 6,5 e 7,4 e uma temperatura em torno de 26ºC serão satisfatórios.

 Cuidado ao escolher as plantas, pois alguns cascudos atingem grandes proporções e podem arrancá-las ou quebrar suas folhas com seus movimentos desajeitados.

Sal no aquário com cascudos é um assunto a ser analisado com cuidado, pois apesar de serem considerados sensíveis ao sal, algumas espécies de cascudos são encontrados em águas salobras. A reprodução é rara em aquários, mas alguns aquaristas já obtiveram sucesso, apesar de não usarem nenhuma técnica especial.

 

Fotografia: Celso Fernando Paris Jr. e Vicky da Rocha Loures

 

Nome científico: Hypostomus sp., Ancistrus sp., Pecholtia sp., etc
Origem: América do Sul 
pH: 6,5 a 7,4
Temperatura: 26ºC
Dureza: 10 dH
Tamanho adulto: 10 a 60 cm (dependendo da espécie)
Tamanho do aquário: 60 a 300 L (dependendo da espécie)
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

O Peixe Gato de Vidro é uma verdadeira aula de anatomia, com seu couro e musculatura quase transparente, e seu comportamento calmo, é possível observar a maioria dos seus orgãos funcionando.
 Mais uma característica interessante deste peixe, mas para olhos mais atentos, é que ele possui sim nadadeira dorsal, mas esta é formada por apenas um raio, enquanto que a anal é formadas por dezenas, pegando toda a extensão inferior do corpo do peixe.

É uma boa opção para aquários comunitários com pH levemente alcalino (7,2), já que possui comportamento pacífico; prefere aquários com densa vegetação reproduzindo seu habitat natural, as águas calmas e com rica flora do sudeste asiático, dessa forma encontrará abrigo entre as plantas toda vez que se sentir assustado com algo.

Os peixes para dividirem o aquário com o Peixe Gato de Vidro devem ser tão pacíficos quanto ele, peixes muito agitados ou agressivos podem fazer com que o nosso peixe transparente se sinta intimidado.

 Prefere águas com temperatura em torno de 25ºC e dureza em torno de 10ºdH.Caso deseje manter o Peixe Gato de Vidro em seu aquário, dê preferência para grupos de no mínimo 5 exemplares, pois na natureza eles vivem em grupos.

A reprodução em cativeiro é quase desconhecida, já existem criações comerciais mas as técnicas não são muito difundidas, sendo que a dificuldade começa pelo fato de não haver dimorfismo sexual aparente. A eclosão deverá ocorrer em 24 horas, o aquarista só deve se preocupar com a alimentação dos alevinos após o terceiro ou quarto dia de vida pois é quando eles terão terminado de consumir o saco vitelino, então ofereça infusórios, náuplios de artêmias, micro-vermes etc. Em dois meses já devem estar aceitando alimentação normal e poderão conviver com peixes adultos contanto que não caibam em suas bocas. Os adultos aceitam todo o tipo de alimento, ração industrializada, artêmia salina, tubifex etc.

Fotografias: Celso Fernando Paris Júnior 

Nome científico: Kriptopterus bicirrhis
Origem: sudeste asiático
pH: 7,0 a 7,4
Temperatura: 25ºC
Dureza: 10 dH
Tamanho adulto: 10cm
Tamanho do aquário: 100L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

Um peixe ideal para o primeiro aquário, assim muitos aquaristas definem o paulistinha, por não exigir muitos cuidados e garantir uma constante movimentação no aquário. Apesar do nome, o Paulistinha é originário da Índia e recebeu esse nome devido às suas listras horizontais que lembram a bandeira paulista. No comércio, é possível encontrar as variedades comum e ouro, ambas com nadadeiras comuns ou véus.

 Acostumado a viver em cardume da natureza, o peixe apreciará conviver com outros indivíduos da mesma espécie, então coloque no mínimo 5 no aquário. Costumam nadar próximos a superfície e não fazem muitas exigências quanto ao aquário que nem precisa ser muito grande, usar ou não vegetação ficará a gosto do aquarista, pH em torno de 7,0 e temperatura entre 23 e 27ºC.

Apesar do Paulistinha ser rápido, evite colocar peixes muito grandes, pois eles não ultrapassam os 5cm e poderiam acabar virando alimento. O aquário deve ser bem tampado pois são ótimos saltadores.

A alimentação desse ágil ciprinídeo deve ser a mais variada possível afim de garantir a saúde do peixe, artêmia salina, ração em flocos, alimentos liofilizados etc.

  A reprodução não é difícil mas o aquarista vai precisar contar com a sorte. Os machos são mais esguios, as fêmeas são mais "gordinha", isso é reparado com mais facilidade quando já são adultos.

Separe 2 machos e 3 fêmeas num aquário de uns 30L sem plantas nem cascalho no fundo, que deve ser preenchido com bolinhas de gude para proteger os ovos dos pais, logo deve começar a ocorrer uma perseguição onde a fêmea libera os ovos que são imediatamente fecundados pelo macho que a está perseguindo, para garantir que os ovos irão cair entre as bolinhas antes que os adultos os comam, mantenha a altura da água em aproximadamente 15cm.

Quando a fêmea parar de soltar ovos, retire os adultos do aquário, a eclosão dos ovos deve ocorrer em 48 horas. Alimente os alevinos com gema de ovo cozida, infusórios, náuplios de artêmia e rações para filhotes de ovíparos.

Fotografia: Celso Fernando Paris Jr.

Nome científico:  Brachydanio rerio
Origem: Índia
pH: 6,8 a 7,2
Temperatura: 25ºC
Dureza: 8 dH
Tamanho adulto: 5 cm
Tamanho do aquário: 30 L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovíparo

 

Todo aquarista iniciante, já criou, cria ou teve a oportunidade de observar um dos mais conhecidos peixes tropicais: O Lebiste (ou Guppy como é mais conhecido). Além de suas belas cores, ele se reproduz com facilidade e têm um alto índice de vendas no mercado.

Muitas pessoas dizem que o aquário dulcícola, perde para os marinhos pela falta de invertebrados, mas quem disse que não podemos ter um aquário de água doce com belos invertebrados? As Ampulárias são um exemplo disso.

As Ampulárias são conhecidas por vários nomes, Corbículas, Caracol da maçã, na verdade Ampullariidae é uma família de caracol, essa família se divide em gêneros no qual o mais conhecido por nós são os do gênero Pomacea, por isso nesse texto falarei das espécies mais facilmente encontradas nas lojas, são eles o Pomacea diffusa (antiga bridgesi), Pomacea canaliculata e Pomacea paludosa.

Mas primeiro vamos falar um pouco do gênero Pomacea em geral. Os Pomacea são cada vez mais populares em aquários do mundo todo, algumas das razões são, seu colorido que pode variar entre o amarelo, brancos, marrons e pretos, ou pela sua utilidade no controle de algas em aquários, entre muitos outros motivos, existem espécies que chegam a 15 cm de diâmetro como é o caso do Pomacea maculata, por isso não os recomendo para aquários pois quando morrem acabam poluido muito a água, muitos são verdadeiros devoradores de plantas, sendo que acabariam com um jardim aquático em poucos dias, já outros preferm folhas mortas e algas sendo muito úteis mesmo em aquário plantados. Por isso é muito importante saber distingüir cada espécie, mas isso não é uma tarefa fácil já que são muito parecidos só diferenciando em alguns hábitos e em mínimos detalhes físicos.

As Ampulárias necessitam de uma água rica em cálcio, para que possam manter suas conchas saudáveis, em água com deficiência de cálcio sua concha se torna quebradiça, Quanto a qualidade da água, eles vivem tanto em água limpas, bem oxigenadas quanto em águas mais poluídas com baixo teor de oxigênio, pois possuem respiração branquial retirando oxigênio da água e respiração pulmonar retirando oxigênio da atmosfera. Não necessitam de iluminação artificial mas mesmo habitando lugares mais escuros, como brejos, eles não se incomodam muito com a luz procurando um lugar mais escondido durante o dia e tornando-se mais ativos durante a noite. Tolera temperaturas entre20 e 30ºC, em águas mais frias seu metabolismo fica mais lento e ele meve-se mais devagar, alimenta-se menos, mas vive mais e em águas mais quentes ele tem seu metabolismo acelerado conseqüentemente envelhece mais rápido e vive menos, temperaturas menores que 20ºC podem ser fatal.     Agora vamos falar um pouco das principais espécies encontradas nas lojas.

Pomacea diffusa, é originário do Brasil, Paraguai e Peru , atingem 10cm de diâmetro, esse caracol é o único que pode ser mantido em aquários plantados sem causar grandes danos, seu apetite não é tão voraz como o de seus "primos", na verdade, eu os acho muito úteis em aquários além de serem bonitos, preferem folhas mortas, aquelas folhas amarelas que se desprendem das plantas e ficam decompondo-se no fundo do aquário, algas e ração de peixes, contanto que não falte outro tipo de alimento a eles, não comerão as plantas saudáveis. Sua cor costuma variar do amarelo claro até o marrom, mas é possível achá-lo em outras cores.

Pomacea diffusa

ovos com 3 dias

concha de um P. diffusa

Pomacea canaliculata, é originário do Brasil, Argentina, Bolivia, Paraguai e Uruguai, atinde 10cm de diâmetro, esse sim é um devorador de plantas insaciável, não gosta muito de algas, prefere as folhas verdes das plantas, pode devastar com um aquário plantado em poucos dias, também aceita ração de peixes. Sua cor costuma variar de amarelo claro até quase preto, mas há excessões.

Pomacea canaliculata

ovos com 7 dias

concha de um P. canaliculata

Pomacea paludosa, é um pouco mais difícil de achar nas lojas que os dois citados acima, mas as vezes é encontrado e vendido simplesmente com o nome de Ampulária como os outros, é originário da Flórida (EUA) e Cuba, atinge 10cm de diâmetro e também é um grande devorador de plantas aceitando também ração de peixes.

Para diferenciá-los você não deve se basear na cor da concha, ovos, etc. O modo mais seguro é pelo formato da concha:

brigesi

canaliculata

paludosa

P. diffusa P. canaliculata P. paludosa

Carne não será rejeitada por eles, quando um peixes sumir do aquário, pode ter certeza que ele morreu e sua Ampulária se encarregou do corpo, mas não fique preocupado pois Ampulárias só comem a carne em decomposição, não conseguem pegar um peixes vivo, mesmo a noite quando os peixes estão dormindo, já as vi esbarrando num peixe parado que nem se mexeu e ela imediatamente se encolheu para dentro de sua concha e se afastou, você também pode oferecer a suas Ampulárias folhas de alface bem lavada, fatias de batata, pepino e abobrinha, mas só se não houver algas suficientes para elas, pois se não abandonam as algas e só querem comer essas coisas. Já ouvi dizer que as fezes das Ampulária servem de alimento para filhotes de peixes mas ainda não comprovei nada.

A reprodução é não é muito difícil de ser conseguida, as Ampulárias não são hermafroditas, ou seja é necessário um macho e uma fêmea, a fecundação é interna, o macho possui uma espécie de "pênis" por onde introduz o esperma na fêmea, os ovos são depositado fora d'agua, sua cor pode variar desde branco até vermelho dependendo da espécie. A fêmea tem a capacidade de guardar espermas para várias posturas. Para distingüir o macho da fêmea é fácil, é só retirar o caracol da água e esperar ele se esticar pra fora da concha, o pênis fica bem visível no corpo do macho a fêmea lógicamente não possui nada.

Alvos do desejo de muitos aquaristas, principalmente os iniciantes quando tem seu primeiro contato visual com uma Arraia de Água doce no aquário de alguma loja, os membros da família Potamotrygonidae não são indicados para serem mantidos em qualquer aquário.

Arraia de Água Doce (Potamotrygon sp.)

Um aquário para uma Arraia de Água Doce deve possuir algumas características que serão fundamentais para a manutenção do animal, começando pelo substrato que deve ser de areia neutra bem fina, isso porque a Arraia gosta de se enterrar na areia para se sentir mais protegida, chegando até a ficar da cor do fundo no caso de algumas espécies, além disso a areia é seu principal local de alimentação, onde ela revolve em busca de microorganismos, entre eles pequenos crustáceos e moluscos, e não será porque é mantida em um aquário que vai perder este hábito. Um substrato diferente a impedirá de se comportar de maneira natural, podendo até ferí-la em alguns casos.

O tamanho do aquário também é importantíssimo, é necessário deixar boa parte do aquário livre de pedras e troncos para a Arraia "deslizar" pelo fundo, unindo isso ao fato de algumas espécies chegarem a um metro de diâmetro, imagine só o tamanho que deverá ser o aquário!

Arraia de Água Doce (Potamotrygon sp.)Os peixes que dividirão o aquário com a Arraia também devem ser selecionados seguindo rigorosos critérios. Peixes agressivos que costumam morder as nadadeiras de outros peixes, como o Barbo Sumatra, Labeos entre outros devem ser evitados pois podem causar ferimentos no corpo da Arraia, o que poderá evoluir para uma infecção acompanhada de fungos, por outro lado, peixes muitos pequenos como Tetras certamente virarão alimento durante a noite, período em que a Arraia adora caçar. Acarás Disco entre outros peixes de médio e grande porte e agressividade baixa são boas opções.

 A alimentação também é algo bastante delicado no caso das Arraias, elas raramente aceitam rações industrializadas, pode-se tentar adaptá-las aos poucos a aceitar rações para peixes de fundo, mas seu alimento predileto são os vivos, Tubifex, Minhocas  e pequenos peixes serão bastante apreciados, o animal pode ser condicionado a aceitar pequenos pedaços de peixe e camarão, mas sempre retirando os restos ao final da alimentação, para não poluir a água.

A reprodução em cativeiro não é muito comum, mas o dimorfismo sexual é realtivamente fácil, os machos possuem dois órgãos simétricos chamados clásper, junto às nadadeiras pélvicas, que são usados na cópula com a fêmea. A maioria das Arraias são ovovivíparas, mantém seus ovos dentro de uma espécie de útero onde os filhotes são alimentados por uma secreção produzida pela mãe.

Fotografias: John Nakachima

 

Nome científico: Potamotrygon ssp.
Origem: América do Sul (Bacia Amazônica e do Araguaia)
pH: 6,2 a 6,8
Temperatura: 26ºC
Dureza: 10 dH
Tamanho adulto: 100cm
Tamanho do aquário: 5000L
Alimentação: onívoro
Reprodução: ovovivíparo

Gourami Pigmeu (Trichopsis pumila): Um pequeno anabantídeo encontrado em diversos locais como Tailândia, Laos, Camboja e Indonésia. Atinge cerca de 4 cm, pode viver cerca de 03 anos ou mais. Seu corpo é semelhante ao de uma betta fêmea, com diversos pontos e linhas verdes, azuis e vermelhos iridescentes. Seu olho também apresenta um azul iridescente marcante com incidência de luz. 

 

 

Habita charcos, lagoas de águas quase paradas, valas de turfa com grande quantidade de matéria orgânica. Ou então riachos com densa vegetação nas margens. Portanto, aprecia água extremamente calma e cm baixa luminosidade. Por ser anabantídeo, possui um órgão chamado “labirinto” que permite respirar ar atmosférico.

Visto que seu ambiente natural apresenta grande quantidade de matéria orgânica e ácidos húmicos, é encontrado em locais com água bastante mole e por vezes em pH 3,0. Não é muito indicado para iniciantes. Deve ser inserido no aquário quando este estiver estabilizado.

Alimentação: É onívoro e predador por natureza. Caça pequenos insetos, crustáceos, pequenos caramujos e zooplâncton. Aceitará alimento industrializado. Como todos os peixes,sua alimentação deve ser complementada com alimentos vivos para exibir todas as suas cores.

Parâmetros: Mantenha-o em um pH entre 5 a 7. A água deve ser mole, entre 5 e 20DH. Peixe de água tropical, com temperatura entre 25-27°C.

Comportamento: É um peixe tímido que deve ser mantido em grupos. Os machos podem ficar agressivos entre si na época da reprodução. Contudo, se o aquário tiver vários esconderijos – como plantas – nada de anormal irá acontecer.

Aquário: Por seu tamanho diminuto, um tanque com 30x20x20 já é adequado para um grupo de 6 indivíduos. Evite movimentação na água e plante o tanque. Uma luz de menor intensidade também é melhor para a espécie. Nessas condições, plantas como musgos, valisnérias e Rabos de Raposa são ideais. Plantas de superfície também são bem vindas.

Companheiros: Apenas peixes pequenos e que compartilhem dos mesmos parâmetros, como micro-rásboras, ottoscinclus e coridoras. Peixes como os Barbos e outros anabantídeos devem ser evitados, pois irão intimidá-los.

Dimorfismo: Os machos possuem as barbatanas maiores e o dorso mais colorido.

Reprodução: Melhor realizada em um aquário somente para a espécie. O macho constrói um ninho de bolhas em plantas ou folhas flutuantes. O ninho geralmente possui poucas bolhas. Ocorre de maneira semelhante ao dos bettas. O macho irá dar um abraço na fêmea, que libera ao final do cortejo de 40 a 170 ovos. O macho cuida do ninho. É melhor retirar a fêmea do aquário. Após dois dias, os filhotes irão começar a nadar livremente. Retire o macho quando isso ocorrer. Nos próximos dez dias, aproximadamente, devem ser alimentados com infusórios. Quando tiverem tamanho suficiente, podem começar a receber náuplios de artêmia e microvermes. Os pequenos se desenvolvem bem lentamente.

Curiosidade: Quando está animado e na época de reprodução, tanto os machos quanto as fêmeas produzem um barulho semelhante a uma série de Clikes. O som é conseguido através do bater rápido das nadadeiras peitorais. Um estudo realizado em 1998 indica que esses sons variam de peixe para peixe e que a freqüência do som tem influencia no resultado final do encontro entre rivais. Portanto, tem influencia no estabelecimento de hierarquia.

Outro detalhe é que foram descritos em 1936 como Ctenops pumilus. Foram transferidos para o Gênero Trichopsis em 1965.

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